Adolescência é dolorida e brilhante minissérie da Netflix sobre pais e filhos

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Adolescência é dolorida e brilhante minissérie da Netflix sobre pais e filhos

Produção do streaming está entre as melhores de 2025

Omelete
2 min de leitura
16.03.2025, às 21H24.

Em tempos em que streaming se tornou um oceano vermelho de séries e filmes, é de uma satisfação ímpar encontrar um produto que, mesmo dentro do serviço mais popular e povoado de todos, se torna algo diferente de tudo que é lançado. Adolescência, nova série da Netflix, é um destes casos, assim como foi Bebê Rena no ano passado. Produzido por Stephen Graham, que também é o protagonista, e Jack Thorne, showrunner de Cidade Tóxica, a minissérie fala sobre um crime no interior da Inglaterra onde o suspeito é um jovem de 13 anos.

Durante os quatro episódios, todos filmados em planos-sequência (uma cena sem nenhum corte), a história explora as facetas de todos os personagens envolvidos, mas o faz assumindo que as respostas estão claras - ao menos sobre os culpados. A questão principal é o entorno, o contexto e o papel de cada pessoa no caso. Não se entregar para o simples mistério e enveredar para um tradicional true crime de streaming torna Adolescência muito mais do que um drama criminal, pois a realidade da trama se baseia nas reações e constante provocação do roteiro com o espectador.

Em nenhum momento as atuações de Graham ou qualquer outro membro do elenco extrapola a simples noção de choque de estar envolvido em algo escabroso como o crime discutido. A família, a princípio, nega, reluta, mas invariavelmente entende, até que começa, no meio do cotidiano, a procurar a própria culpa. A polícia preza pela objetividade, mas nas nuances da investigação se entende também como um elemento humano, alheio às mudanças de comportamento e incapaz de acompanhar a interação da juventude com redes sociais. Por fim, os jovens envolvidos, sempre alheios à gravidade do assunto, são transmissores de um contexto social que lida com a liberdade como forma de opressão, transformando traumas em gatilhos nocivos e discordâncias rituais de seita.

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A condução da narrativa, pautada pelos planos sequência brilhantemente orquestrados por Philip Barantini (parceiro de Graham no ótimo Boiling Point), potencializa cada aspecto do roteiro, mas principalmente a agonia realista de viver numa situação como aquela. As cenas de 50 minutos se justificam não só pela crescente tensão, mas também pela transformação dramática dos protagonistas, que negam a entender o acontecido e aos poucos sucumbem a uma auto-análise devastadora. Acompanhar essas mudanças de forma tão visceral torna impossível não se questionar sobre as próprias atitudes, fazendo de Adolescência um dolorido mergulho na relação mais essencial da sociedade: pais e filhos.

Nota do Crítico
Excelente!
Adolescência
Adolescência

Criado por: Netflix

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