Sintonia ensaia grande salto, mas mantém os pés no chão na última temporada

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Crítica

Sintonia ensaia grande salto, mas mantém os pés no chão na última temporada

Série da Netflix se propôs a retratar a realidade da juventude periférica paulistana durante cinco temporadas

Omelete
2 min de leitura
Pedrinho
11.02.2025, às 19H00.

Produzir conteúdo para o público juvenil não é nada fácil, ainda mais quando se tenta sair da caixinha. Porém, deu certo para Sintonia, grande aposta nacional para o público jovem interessado em histórias além de suas próprias zonas de conforto. Foi assim que a produção garantiu cinco temporadas e encontrou uma saída para fugir da mesmice sem se preocupar em reinventar a roda.

Sintonia é baseada em uma ideia original do produtor KondZilla e explora, pela perspectiva de três jovens, o universo da música, do crime e da religião na cidade de São Paulo. Doni (Jottapê), Nando (Christian Malheiros) e Rita (Bruna Mascarenhas) cresceram juntos na mesma favela, influenciados pelo funk, pelo tráfico de drogas e por uma igreja evangélica. Apesar de terem tomado caminhos muito diferentes, os três amigos de infância descobrem que, para realizar seus sonhos, eles vão ter que contar com o apoio um do outro.

Inegavelmente um dos pontos fortes em todas as temporadas de Sintonia, esse equilíbrio entre os três protagonistas é o que dá sentido a tudo. Cada um deles vive altos e baixos dentro de suas histórias individuais e a produção é bem-sucedida quando precisa mesclar todas essas tramas. Seja para falar da organização do tráfico de drogas, ou mostrar os bastidores da indústria da música — e até mesmo das igrejas evangélicas, a série sempre encontra um a linha para amarrar todas essas histórias.

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Esse sistema perdurou até o quinto e último ano, quando a série decidiu dar um desfecho para seus personagens. Rita, que se dedicou a sua carreira no direito, foi trabalhar em um escritório chique, enquanto Doni descobriu que seria pai e precisava definir o futuro da sua gravadora Favela Records. Já Nando estava preso, condenado pela justiça e pelo crime, mas já trabalhava em um plano para dar a volta por cima.

Nesse ponto, a série já ensaiava um desfecho digno de grandes produções hollywoodianas, mas soube firmar os pés no chão, entregando um desfecho bem trabalhado e coerente para todos os personagens. Mesmo em seus momentos de maior aspiração, Sintonia conseguiu casar suas ideias ao seu orçamento, culminando em um final satisfatório e positivo para todos os seus personagens de destaque — e fazendo vale as horas que passamos com ela.

Com um balanço muito positivo, Sintonia encerra seu ciclo como uma boa produção nacional e exemplo positivo de representatividade periférica nas telas. Sabendo a hora de parar e como parar, a última temporada agrega muito a suas antecessoras e torna a produção ainda mais revelante.

Nota do Crítico
Ótimo
Sintonia
Sintonia

Criado por: KondZilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga

Onde assistir:
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