Patrick Stewart, Jonathan Frakes e Jeri Ryan em Star Trek: Picard

Créditos da imagem: Divulgação

Séries e TV

Entrevista

Star Trek: Picard “é bela maneira de encerrar” a Nova Geração, diz Brent Spiner

Terceira (e última) temporada da série estrelada por Patrick Stewart chega ao streaming a partir desta semana; Omelete entrevistou o elenco

Omelete
7 min de leitura
16.02.2023, às 11H54.

Estreia nesta quinta-feira (16) a terceira temporada de Star Trek: Picard. Os dez episódios, que serão lançados semanalmente até 26 de março, trazem de volta boa parte do elenco principal de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração. Mais do que isso: este é o encerramento da série, que está disponível no Brasil no Prime Video e no Paramount+.

Será então o fim da trajetória da famosa tripulação da antiga USS Enterprise-D, se aposentando ao lado do lendário capitão Jean-Luc Picard (Patrick Stewart)?

Pode ser ou não um fim. Meio que depende”, despista Brent Spider, o intérprete do androide Data, em entrevista exclusiva ao Omelete.

Eu nunca esperei que fosse durar tantos anos”, diz um surpreso LeVar Burton, que dá vida ao engenheiro-chefe Geordi LaForge. “Então é um bônus inesperado”.

Exibida entre 1987 e 1994, Jornada nas Estrelas: A Nova Geração foi um marco dentro da franquia. Criada por Gene Roddenberry, assim como a série original, a produção apresentou uma nova USS Enterprise. Saíram de cena Kirk, Spock e McCoy, vieram Picard, Riker, Data, Worf, Crusher e Troi, entre outros personagens. Juntos, atualizaram o conceito de exploração do cosmos e o uso do futuro como uma alegoria para os dilemas e problemas do nosso presente, aqui na Terra.

Já os eventos de Star Trek: Picard se passam 20 anos depois de Jornada nas Estrelas: Nêmesis, o último filme com os tripulantes das Enterprise-D e E. As duas primeiras temporadas, exibidas em 2020 e 2022, apresentaram caminhadas mais pessoais para o velho capitão. Porém, neste terceiro ano, o patamar mudou.

O Omelete já assistiu aos seis primeiros episódios dessa última temporada e pode cravar: fazem jus a esse encerramento. Afinal, Picard embarca em uma jornada mais grandiosa, que envolve o reencontro com os velhos companheiros e conflitos espaciais pomposos.

Há claras referências não só à trajetória da Nova Geração, mas também aos filmes estrelados pela tripulação clássica. Almirante Picard e o (agora) capitão Riker (Jonathan Frakes) protagonizam até uma batalha ao estilo “A Ira de Khan”, em uma nebulosa - trocando apenas o vilão interpretado por Ricardo Montalban no antigo filme por Vadic (Amanda Plummer, filha de Christopher Plummer). E esse é apenas o começo.

Se for realmente um fim, é uma bela maneira de encerrar - porque todas as pontas se juntam”, diz Brent Spiner. “Essa é uma história tão adequada e satisfatória”, faz coro LeVar Burton. “Eu estou amando o fato de que conseguimos um final adequado para a história da Nova Geração”.

Os músculos de Jornada nas Estrelas

Michelle Hurd e Michael Dorn em Star Trek: Picard

Michelle Hurd e Michael Dorn em Star Trek: Picard

Divulgação

Worf, interpretado por Michael Dorn, é um dos mais interessantes retornos na nova leva de episódios. O personagem, um membro da raça guerreira Klingon que foi criado por humanos para se tornar o chefe de segurança da Enterprise, agora é um pacifista - mas isso não o impede de decapitar inimigos. Desta vez, ele se alia com Raffi (Michelle Hurd), uma oficial humana da Frota Estelar introduzida na primeira temporada de Star Trek: Picard.

Raffi, assim como Worf, tem os seus próprios problemas para controlar a raiva interior - algo que une ainda mais os dois, mesmo que sejam seres de culturas e espécies bastante diferentes.

É curioso que você disse que eles são diferentes, mas eu vejo os dois como muito parecidos”, refuta Michelle. “Se você reparar, os dois são rejeitados em suas comunidades. Ambos são diferentes e tiveram que encontrar o seu jeito, o seu grupo, por assim dizer. Para a Raffi, há uma força e uma solidez que o Worf tem e que ela está sempre procurando. Quando vê isso nele, ela realmente quer ser aquela pessoa, porque ela também quer encontrar um lugar em sua própria vida.

Eu acredito que ele vê muito de si mesmo na Raffaela”, concorda Dorn, que, como o seu personagem, se refere à companheira pelo nome de batismo. “Ele a está ajudando a encontrar o seu próprio caminho, mas com uns empurrões aqui e ali. E quando ela recebe esse empurrão, voa. Ela se torna ainda mais do que ele espera.

Um encontro cheio de química que, como vemos, aconteceu aos “45 minutos do segundo tempo”, como se diz aqui no Brasil. Podemos ter alguma chance de vermos os dois lutando juntos novamente após o final de Picard?

Estes dois têm um jeito muito único e um ponto de vista, voz e presenças muito distintos. E isso é rico”, diz Michelle Hurd, defendendo um retorno em alguma produção futura.

Há tanto Star Trek na televisão agora que tem que ter um lugar para eles. É uma daquelas coisas que é óbvia - e talvez essa seja a parte ruim, ser óbvia”, complementa Michael Dorn. “E eles são os músculos de Star Trek! Quando você quiser fatiar alguém, ou enfiar uma adaga no pescoço de alguém, você vai precisar de Worf e Rafaella”.

O desafio de Brent Spiner

Brent Spiner em Star Trek: Picard

Brent Spiner em Star Trek: Picard

Reprodução

Agora, se tem alguém em todo o elenco que merece um descanso é Brent Spiner. Não é por menos: o ator interpretou nada menos que sete personagens em toda a franquia - incluindo Data e seus “irmãos”, como o B-4 e o maligno Lore, além do criador de todos eles: o dr. Noonian Song.

Spiner, inclusive, relembra que foi difícil criar Data lá atrás, pelos idos de 1987. Um tempo muito antes da inteligência artificial e do ChatGPT, quando um androide com cérebro positrônico era mesmo coisa de ficção científica.

Não havia um precedente sobre como interpretar um androide, tive que inventar enquanto caminhava”, relembra. “Já o Lore foi muito fácil, porque eu sou exatamente como ele na minha vida pessoal - então tudo o que fiz foi ser eu mesmo.

A comparação é curiosa. Explica-se: ao contrário do “irmão”, Lore tem emoções - em um pacote que inclui instabilidade emocional e má índole, se achando superior aos humanos. Ele se tornou um dos piores inimigos da Nova Geração.

Justamente por isso, Spiner teve que atuar como mais de um personagem na mesma cena em alguns dos episódios da antiga série. De acordo com o próprio, o ápice foi em "Brothers", no qual o ator dá vida a Data, Lore e Dr. Soong. “O equipamento de captura de movimento é muito difícil”, relembra.

Não sabemos se o futuro próximo está ou não reservado para a aposentadoria do ator na franquia. Mas Brent retorna para, ao menos, se despedir em cena de Patrick Stewart. O material da terceira temporada de Picard divulgado até agora descreve que o ator interpreta Lore, o irmão maligno, mas os novos episódios guardam uma surpresa na manga para os fãs.

LaForge, pai de família

LeVar Burton em Star Trek: Picard

LeVar Burton em Star Trek: Picard

Divulgação

O que não é surpresa para ninguém é que o velho engenheiro-chefe da USS Enterprise, Geordi LaForge, está de volta como pai de duas filhas - ambas integrantes da Frota Estelar, seguindo os passos do pai.

Para LeVar Burton, isso resolve uma das falhas de A Nova Geração. “Descobrir onde Geordi está em sua vida e a ideia de que ele tem uma família amorosa com a qual, como qualquer pai, ele está ligado, é uma ideia da qual eu gostei muito”, afirma.

O intérprete continua: “Era meio embaraçoso, na série original, que o Geordi, como engenheiro, se sentisse desconfortável ao estar próximo de mulheres. E eu fiquei muito feliz que o Terry [Matalas, showrunner desta temporada] trouxe a noção de que Geordi cresceu, deixou aquela nave e desenvolveu uma relação muito forte e saudável, e teve essas duas filhas incríveis. Foi muito satisfatório para mim termos ido nessa direção. Basicamente o oposto de como mostramos a sua vida social na série original.

Juntas a outras personagens, Alandra e Sidney LaForge vão construir os próximos passos de Star Trek. Mas será que há espaço para uma “Nova Nova Geração”? É como afirma Brent Spiner, se referindo ao possível retorno dele à franquia - em uma resposta que tem um significado ainda mais amplo: “Nunca diga nunca. Depende de vocês, das pessoas em casa, quererem mais.

O próprio Jean-Luc Picard, na cena final do filme Jornada nas Estrelas: Generations e sob os restos da Enterprise-D, deu a pista: “Ainda há muitas letras sobrando no alfabeto".

Pois que venham as Enterprises F, G, H, I, J…

Os novos episódios de Star Trek: Picard estreiam às quintas no Paramount+ e às sextas no Amazon Prime Video.

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