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Invocação do Mal 2 | James Wan quer ser o J.J. Abrams do terror

Cineasta fala sobre diversificar filmografia com produções de grande orçamento e financiar pequenos projetos para incentivar novos diretores

13.06.2016, às 15H50.
Atualizada em 27.03.2020, ÀS 10H33

Acostumado a transformar pequenos orçamentos em franquias milionárias de terror (vide Jogos Mortais, Sobrenatural e Invocação do Mal), James Wan viu em Velozes e Furiosos 7 a chance de diversificar a sua filmografia. “Foi libertador chegar no set e não ter que pensar em uma cena assustadora. Foi ótimo pensar em cenas loucas de ação. Eu podia fazer qualquer coisa em que pensasse, nós tínhamos o dinheiro para fazer funcionar. E isso foi divertido”, desabafou o diretor em entrevista ao Omelete.

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A mudança de ares, porém, não foi uma forma de desdenhar o gênero que catapultou a sua carreira. "Gosto, amo terror. É uma plataforma tão boa para eu mostrar as minhas habilidades como cineasta e todas as coisas que amo sobre fazer cinema. Definitivamente aprecio muito o gênero, que foi muito generoso comigo, nunca vou menosprezar isso. Amo terror, mas também amo todos os tipos de filme. Então só quero tentar outras coisas. Acho que joguei muito nessa arena, 6 dos meus 8 longas foram terror [além de Velozes e Furiosos 7, em 2015, Wan fez Gritos Mortais, em 2007] e então seria ótimo explorar outras possibilidades”, garantiu Wan, que acaba de conquistar o topo das bilheterias do Brasil e dos EUA com outro trabalho assustador, Invocação do Mal 2, e agora se prepara para comandar Aquaman.

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No set de Velozes e Furiosos 7 com Vin Diesel. Apesar de ter se divertido para criar as cenas de ação do longa, o cienasta também precisou lidar com a morte de Paul Walker durante as filmagens. 

Na adaptação do personagem da DC para a Warner Bros., o cineasta vê a chance de criar o seu próprio mundo, tendo em mãos as ferramentas de um grande orçamento e o objetivo de seu juntar a um celebrado grupo de diretores: “Quero voltar a uma “tela” maior, com um orçamento maior, com grandes cenários e pintar um mundo, como se fosse a criação de um mundo direto da minha cabeça. Acho isso muito empolgante. Sou um grande fã de cineastas como James Cameron, Steven Spielberg e Tim Burton. Diretores que admiro por terem criado o seu próprio mundo”.

Nessa jornada para expandir seus horizontes, mas  sem abandonar de vez o terror, seu exemplo vem de outro nome de Hollywood. No comando da produtora Atomic Monster, Wan diz que quer ser o primo punk da Bad Robot, fazendo pelo terror, o que J.J. Abrams fez pela ficção científica. “Admiro muito o que J.J. pode fazer. Ele faz esses filmes de grande orçamento, mas sua empresa produz esses pequenos suspenses de ação. Admiro muito isso e estou me moldando em torno de J.J, do formato do seu negócio”, conta. Além de títulos mais próximos da sua filmografia, como o derivado Annabelle e Invocação do Mal 2, a produtora busca incentivar o trabalho de jovens cineastas como  David F. Sandberg, que assina pela Atomic Monster o terror Quando as Luzes se Apagam e vai comandar Annabelle 2.

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Com o ator Joseph Bishara no set do primeiro Invocação do Mal.

Com os mestres certos em mente e uma filmografia que mostra preocupação com seus personagens e com o público, James Wan caminha para se tornar muito mais do que um mestre do terror ou um Midas das franquias de baixo orçamento. Se Aquaman realmente servir de tela para o seu poder criativo, o australiano de origem malaia e chinesa tem tudo para ser um dos grandes nomes da nova geração do “cinema pipoca autoral” de Hollywood. “Quero que você se envolva emocionalmente com os personagens, para quando eles lutarem, conquistarem ou triunfarem em algo, quero que você sinta esse triunfo também. Quando houver uma conquista, seja uma cena emocional ou uma sequência de ação, quero que você esteja lá com eles. Acho que é isso que fiz em todos os meus filmes. Quero colocar o público nesse mundo que estou criando para os meus personagens".

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