Jeffrey Dean Morgan e Lauren Cohan em cena de The Walking Dead (Reprodução)

Créditos da imagem: Jeffrey Dean Morgan e Lauren Cohan em cena de The Walking Dead (Reprodução)

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The Walking Dead: Finale prepara spin-offs e busca esperança no apocalipse zumbi

Após 11 temporadas, último episódio da série foi ao ar na noite de ontem

Omelete
5 min de leitura
21.11.2022, às 08H50.

ATENÇÃO: Spoilers de The Walking Dead a seguir!

Após 11 anos e 177 episódios, chegou ao fim neste domingo uma das séries mais queridas e populares da última década: The Walking Dead. Com 64 minutos de duração, o episódio final intitulado “Rest in Peace” concluiu em parte a história do apocalipse zumbi, fazendo o que eles sabem fazer melhor: deixar um gostinho de quero mais para o que ainda vem por aí. O universo de TWD já conta com alguns spin-offs, e agora com o final da série principal, prepararam o terreno para as três séries derivadas com seus personagens mais importantes.

Como todos os demais episódios dessa terceira e última parte da temporada final, muito sangue foi derramado em busca do que é certo e justo para concluir a série em um tom positivo e esperançoso. A preocupação principal criada no episódio anterior - se Judith (Cailey Presley Fleming) sobreviveria o tiro que levou da governadora Pamela (Laila Robins) - já é endereçada assim que o episódio começa, com Daryl (Norman Reedus) a carregando em seus braços para o hospital da Commonwealth. Mas não há com o que se preocupar, Judith sobrevive e protagoniza a cena final da série ao lado de seu irmão Rick Grimes Jr (Antony Azor), como era de se esperar dado o rumo da história.

No entanto, até chegar lá, perdemos alguns personagens queridos e tivemos algumas cenas simbólicas remetendo ao começo da série. Logo após os créditos iniciais, vemos Jules (Alex Sgambati) ser devorada por vários zumbis enquanto Luke (Dan Fogler), desesperado para salvá-la, acaba sendo mordido na perna e morrendo alguns minutos depois. Por mais que essas duas mortes não sejam tão importantes, dado que ambos os personagens eram secundários, o clima em torno delas marca o começo do fim e nos lembra que ainda tem muito em jogo.

Isso fica claro quando voltamos a acompanhar Rosita (Christian Serratos), Gabriel (Seth Gilliam) e Eugene (Josh McDermitt) em busca das crianças que estavam desaparecidas, inclusive a filha de Rosita e Gabriel. A sequência é angustiante e traz consigo uma sensação de que algo não vai dar certo, o que é o caso quando, após encontrarem as crianças e tentarem fugir da imensa horda de zumbis que tomou conta da Commonwealth, Rosita não consegue escalar o cano na parede e cai em meio aos zumbis.

O que seria uma morte terrível de uma personagem tão querida é colocado de lado quando a mesma consegue emergir em meio aos mortos e finalmente escalar o cano e alcançar segurança. Mas, infelizmente, descobrimos algumas cenas para frente que ela foi mordida e vai morrer, o que torna o final de sua história muito mais emocionante, tendo em vista que os personagens conseguem se despedir dela e ela consegue se despedir de sua filha, que ela se sacrificou para salvar.

Rosita foi a “escolhida" entre o elenco principal para terminar sua jornada junto com o último episódio da série. E essa, provavelmente, foi a única surpresa, já que a confirmação dos spin offs de Maggie (Lauren Cohan), Negan (Jeffrey Dean Morgan) e Daryl - e, por um tempo, Carol (Melissa McBride) também - deixava claro que nenhum deles encontraria seu final aqui.

Por falar nisso, o preparo para esses spin-offs proporcionou os outros momentos principais do episódio. Temos uma conversa profunda entre Maggie e Negan sobre perdão, luto e recomeços, mostrando a evolução de ambos os personagens desde que se conheceram pela primeira vez no episódio fatídico onde Glenn (Steven Yeun) é assassinado a sangue frio por Negan. Essa conversa, assim como as crescentes interações entre os dois personagens no decorrer dessa última temporada, apesar de suas diferenças, entra como base para a série limitada que eles protagonizarão juntos e que estreia ano que vem, intitulada Dead City.

Ao final do episódio é a vez de Daryl ter seu momento especial, que deixa o gancho para sua série, antes em conjunto com Carol, mas agora solo, que deve mostrar o personagem desbravando novos locais e chegando, de alguma maneira, até a França. Sua despedida de Judith e Carol é emocionante e faz jus ao que os personagens viveram juntos até então, principalmente a parceria e amizade com Carol, que sempre foi prestigiada pelos fãs.

Ainda assim, o caminho até o final esperançoso que vemos nas cenas finais da série deixou um pouco a desejar. Os heróis tomaram conta da Commonwealth com um plano mirabolante e coordenado que teve, no máximo, 30 segundos de tempo de tela, e ficou claro que era apenas um tapa buraco para resolver um enredo que tinha se tornado cansativo e pouco atraente. Com isso tirado da frente, passamos para um ano depois, quando todos estão vivendo em harmonia pois, como escutamos quase todos os personagens falarem durante uma montagem final de todos que fizeram parte da história de TWD, “somos nós que vivemos”. Esse é o mantra que deve definir uma nova geração com mais paz e ordem, apesar do mundo caótico no qual eles conseguiram sobreviver pelos últimos 11 anos.

O que foi mantido em segredo e deve ter sido a maior surpresa do episódio foi a aparição especial de Rick (Andrew Lincoln) e Michonne (Danai Gurira), também como meio de encaminhar o spin-off baseado nos dois, mostrando pedaços de suas jornadas individuais desde que ambos saíram da série. É um final esperançoso, que diz que o bem prevalece e as pessoas encontram força através do amor e da união para irem além, também deixando um mistério sobre o que exatamente vai acontecer com os dois e como vai ser esse reencontro tão antecipado.

Ainda assim, como mencionado anteriormente, a cena final é de Judith e seu irmão conversando sobre como eles sempre podem recomeçar, pois são eles que estão vivos, o que implica que apesar do mundo ter mudado para sempre e a vida como conheciam ter sido extinta e passado a ser constantemente testada, sempre há espaço para recomeçar e fazer o que é certo, e é isso que importa.

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