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Crítica

Crítica: Brüno

Alvo de novo filme de Sacha Baron Cohen é a "profissão: famoso"

13.08.2009, às 18H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H51

Borat colocou o britânico Sacha Baron Cohen no mapa mundi da comédia. A brilhante história do jornalista cazaque em sua visita de pesquisa aos Estados Unidos & América satiriza de maneira incisiva o american way of life.

Bruno

Bruno

Como o rosto de Borat tornou-se um ícone cultural, Cohen não podia mais usá-lo para pegar de surpresa entrevistados em uma eventual continuação. Assim, recorreu a outro dos personagens criados para o Ali G Show, o fashionista austríaco Brüno, para seu próximo projeto.

Novamente transformado fisicamente, Cohen agora busca outro tipo de sátira: a do culto à celebridade no outro lado do Atlântico.

A estrutura do documentário falso, outra vez dirigido por Larry Charles, é a mesma do antecessor, com um estrangeiro chegando aos EUA, acompanhando por um colaborador - Lutz (Gustav Hammarsten) -, onde conduz uma série de entrevistas e encontros.

Mas se a linha narrativa que conduz Borat é a procura por Pamela Anderson, aqui Brüno busca algo mais efêmero: a fama.

É nessa busca que residem as maiores qualidade do filme. Brüno tenta ficar famoso de todas as maneiras possíveis. Contrata um agente, busca ajuda de consultoras de causas nobres e até importa um bebê negro, "que veio daquele país, a África", explica. Quando nada dá certo, apela para o martírio, procurando um terrorista para que seja sequestrado e fique famoso. Seu destino? Cisjordânia, na "Terra Média".

Brüno faz uma escancarada e histérica crítica à "profissão de famoso", esse interesse quase doentio pelas vidas de figuras públicas, e o que algumas pessoas fazem para obtê-lo: dos exemplos citados acima até o extremo de realizar sex tapes. Pena que Brüno confunde o ex-candidato à presidência dos EUA, Ron Paul, com o travesti Ru Paul na sua...

Como em Borat, cenas ensaiadas e o acaso documental se misturam em Brüno, mas aqui a balança pende um pouco mais para o filme roteirizado. O primeiro longa surpreendeu mais por apostar no formato inusitado. Em compensação, as piadas e situações são ainda mais infames - e até pornográficas em certos momentos - na novidade. O que não mudou foi o resultado: é na agilidade cômica de Baron Cohen e na revolta honesta de quem divide a tela com Brüno (sejam essas pessoas debatedores da paz no Oriente Médio, caçadores caipiras, gente simples que frequenta programas de TV ou a Paula Abdul) que reside a genialidade do filme.

Nota do Crítico
Excelente!