Amigas de infância crescem sonhando em se casar no Plaza Hotel de Nova York. Aos 30 e poucos anos, ambas estão prestes a relizar juntas seu principal projeto de vida. Noivas em Guerras (Bride Wars, 2008) não esclarece, mas parece que a trama se passa nos dias atuais, e não nos anos 50.
noivas em guerra
Piadinha à parte, não dá pra dizer que a nova comédia romântica de Gary Winick (De Repente 30) é um ofensivo anacronismo, porque quem já viu pelo menos um episódio desses reality shows de noivado, como Bridezillas, sabe que de fato resiste ao tempo essa criatura jurássica que é a mulher sem interesses ávida para se vestir de branco. O que o filme de Winick faz é expor as noivas Godzillas - e por tabela expor o espectador - à vergonha pública.
Kate Hudson se encontra em seu habitat natural, como a egocêntrica Liv, enquanto Anne Hathaway, a prestativa Emma, está infinitamente melhor em outro casamento, o de Rachel. A tal guerra começa porque a secretária da planejadora de casamentos fez uma confusão e marcou o casório de Emma e Liv para o mesmo dia - e agora nenhuma das duas quer desmarcar.
Noivas em Guerra não é deprimente por causa das noivas nervosas, mas pelo retrato que se faz delas, e das mulheres em geral (a secretária que faz a burrada tinha que ser a tiazona feia...). Winick vai do chauvinista (a câmera sobe "olhando" Kate Hudson começando pelas pernas, como se fosse um pedreiro) ao abertamente misógino (faz uma perder o cabelo, a outra ficar laranja, etc).
É uma fórmula que já se provou boa de público, a de Noivas em Guerra. Temos várias situações cômicas que apresentam belas jovens como se fossem o Stan Laurel e o Oliver Hardy modernos - a diferença é que o nome da dupla teria que ser A Magra e a Magra - misturadas a momentos de "gravidade", o fiapo de melodrama que toca a trama adiante. E nem nessa hora de fazer chorar Winick acerta a mão: a personagem tem dúvidas se deve ou não se casar e o marido faz o favor de roncar na cama... Sem condição.