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Eterno amor (Un grand dimanche de fiançailles, 2004), drama ambientado durante a Primeira Guerra Mundial, chega esta semana às lojas e locadoras brasileiras. O Omelete conversou com o diretor da produção, Jean-Pierre Jeunet, em Paris enquanto ele ainda produzia seu filme. No dia da entrevista, caiu uma chuva que durou o trajeto todo do hotel no centro da capital francesa até o estúdio onde o cineasta trabalhava. Foi uma daquelas tempestades que alagaria as Marginais Pinheiros e Tietê aqui em São Paulo. Bem humorado, Jeunet já chegou brincando: É só um repórter de um país ensolarado vir pra cá que isso acontece.
Você leu o livro há mais de dez anos. É isso mesmo?
Jean-Pierre Junet: Exato! Você já sabe tudo! Não tenho nada para explicar aqui (risos).
Pra falar a verdade, este é o único livro que eu realmente quero adaptar para o cinema. Eu prefiro escrever o roteiro eu mesmo, mas eu tinha esta história na minha cabeça há uns 12 anos, desde a época que fiz "Delicatessen" (1991), mas foi difícil conseguir carta branca para torná-lo realidade. Tudo melhorou depois de Amelie. Quando mostrei o projeto para a Warner Bros., eles concordaram em produzir o filme comigo na direção e ainda deixaram fazê-lo em francês, com atores franceses, filmado aqui. E isso é maravilhoso. É inacreditável que estou fazendo um filme francês com dinheiro americano. Talvez eu esteja mesmo sonhando. (risos)
Em qual momento você achou que este livro em especial daria um bom filme, em relação a outros que você já leu?
Eu entendi uma coisa depois de Amelie: eu preciso filmar tudo o que eu gosto. Este era o caso em Amelie e neste livro também. Este livro é sobre a Primeira Guerra Mundial e eu, não sei porque, tenho esta obsessão sobre o assunto. Leio tudo, assisto aos filmes... Às vezes acho que eu morri nesta guerra.
E tem muitos detalhezinhos neste livro que eu adoro, e, às vezes, acho que são coisas que eu até cheguei a usar em Amelie. Amelie é muito parecido com este livro, acho que é por isso que eu gosto tanto dele.
Você queria transformar este livro em filme assim que terminou de ler, ou só pensou nisso muito tempo depois?
Foi um longo processo. Primeiro porque eu sabia que os direitos haviam nas mãs da Warner e naquele momento eu não tinha como trabalhar com eles. Eu cheguei a sondar através de uma pessoa que já havia trabalhado com o Sebastien Japrisot, mas ele queria ganhar uma comissão e acabei deixando este projeto de lado por um tempo. Hoje, dez anos depois, tudo se tornou possível. É um jogo completamente diferente.
Mas durante esta década, o filme sempre esteve em sua mente.
Sim. Especialmente depois que eu conheci Audrey Tautou. Eu sabia que ela seria a atriz perfeita para fazer Mathi. Isso aconteceu enquanto filmava Amelie, eu ficava olhando para ela e pensando em como ela ficaria no papel de Mathilde.
A Mathilde [personagem principal do livro] é parecida com Amelie?
Acho que ela é a avó da Amelie. Ou, talvez, ela seja a Amelie na vida real. Um bom título seria Amelie vai à guerra. Mas o personagem é bem diferente. Amelie era tímida, muito introvertida e Mathilde recusa a morte de seu noivo. Ela é durona, forte. Sim.
Você pode falar sobre a reação de Audrey quando você a chamou para fazer este filme?
A primeira coisa que eu fiz foi dar o livro para ela. E depois que ela leu, ela disse "ah, legal" (risos)
Ela estava tímida?
Ela não é tímida, mas comigo ela faz este joguinho, tentando não demonstrar empolgação, mas no fundo eu sei que ela ficou muito feliz. Eu sei porque outras pessoas me contaram. Ela já está trabalhando no personagem, já me mostrou o jeito como ela vai andar, está aprendendo a tocar fagote. Ela está preocupada com o personagem, quer fazê-lo bem diferente de Amelie.
Ela sempre foi a sua primeira escolha para o papel?
Sim. Desde que decidi fazer o filme, eu estava pensando nela no papel principal.
Com você e Audrey Tautou trabalhando juntos novamente, quais são os cuidados que vocês estão tendo para o público não entender este filme como Amelie 2?
Os personagens são muito diferentes, a história é completamente diferente. E, pra mim, ela é a avó de Amelie. Eu espero que o público goste de saber que Audrey e eu estamos trabalhando juntos de novo.
Com Amelie, você disse que queria fazer o público feliz e com este filme?
Eu quero ver todo mundo chorando muito! (risos) A história é tão forte que, se eu leio o final do livro três vezes no fim da tarde, eu choro nas três vezes. É muito emotiva.
No livro, tudo o que importa é a vontade dela de descobrir a verdade e o amor.
Exato. É uma história de esperança e força de vontade. Ela recusa a morte e vence.
E também tem o caráter histórico de representar a sociedade francesa da época antes, durante e depois da Guerra.
Eu não estou tão preocupado com a História. Eu trapaceio em algumas partes. É uma história contemporânea. Quero ver o público se identificar com os personagens e a história.
Mas a história é bastante ligada à Primeira Guerra...
Mas os sentimentos humanos são os mesmos.
Falando sobre as cenas de batalha, você está pensando em usar grandes campos de batalhas com tanques e tudo mais?
Não teremos tanques, mas veremos um ataque, bombas, aviões sobrevoando as trincheiras, e a mesma batalha por diferentes pontos de vista. O interesse da audiência não é mais por grandes batalhas. Isso já foi bastante mostrado. Mas ver a batalha pelos dois pontos de vista vai ser bastante interessante. A mesma ação, mas pela trincheira francesa e depois do lado dos alemães e de uma visão geral, que te dará uma idéia diferente da batalha.
Você conversou com pessoas especialistas em Primeira Guerra enquanto escrevia o roteiro?
Claro! Achamos este maluco que vê as nossas fotos e fala "não! Este tanque não está bom, ele deveria ter um sinalzinho aqui na frente". Às vezes eu quero matá-lo (risos).
Mas se você tem qualquer dúvida, ele vai responder para você na hora. Ele sabe tudo e se anima quando está falando deste assunto.
Como você o encontrou?
Eu fiz um curta-metragem em 1981, chamado "La bunker de la derniere Rafaele", que eu fiz com Marc Caro, e esta pessoa nos emprestou algumas máscaras e outros apetrechos desta época.
Qual o nome da pessoa?
Jean Pierre Vernet.
Que partes de Paris você pretende mostrar? Dá para ver ali uma foto da Gare du Nord...
Eu adoro estações! Ah, tem uma coisa muito engraçada que eu gostaria de mostrar. [se levanta e pega duas fotos]. Eu tirei esta foto há umas duas semanas. É a Pont Neuf, em Paris. Uma semana depois, eu achei esta outra foto, de 1905, tirada exatamente do mesmo lugar e na mesma hora. Veja a luz e as sombras. Adoro este tipo de coincidência. A mesma foto tirada um século depois.
Você vai trabalhar com a mesma equipe de Amelie mesmo com um tom tão diferente entre as duas produções?
Sim. É muito mais fácil trabalhar com quem você já conhece porque tudo funciona como uma família ou grupo de amigos, todos ficam felizes em estar reunidos de novo. É praticamente a mesma equipe por trás das câmeras, só os atores que serão diferentes. Clint Eastwood faz a mesma coisa. Ele trabalha sempre com a mesma equipe. É sempre bom trabalhar com os amigos.
É possível dizer que este filme vai ser mais sombrio que os anteriores, por se tratar de um filme de guerra?
Eu diria que é mais realista. Eu acho que vou colocar muita poesia, pois eu não consigo evitar poesia e humor. Vai haver mais humor do que há no livro. E vale lembrar que não é uma história de guerra. A guerra é só o cenário. Estamos falando de uma história de amor.
O livro conta a história desta menina cujo namorado morreu na guerra, mas ela não consegue se conformar e começa a investigar o que aconteceu no dia em que ele supostamente morreu. E você vai virando as páginas e vai descobrindo uma série de fatos novos até o fim, que eu não vou contar para você.
Por que você tem esta obsessão com a primeira guerra?
Não sei. Às vezes, eu acho que eu morri durante a guerra. O engraçado é que quando faço esta piada, algumas pessoas falam "eu também morri durante a Primeira Guerra". (risos) Até mesmo um americano me falou isso uma vez. E um famoso designer francês, Jacques Tardi , pensa a mesma coisa. Certa vez, eu coloquei um capacete na minha cabeça e senti que já havia passado por aquilo.
Seu interesse é apenas na Primeira Guerra?
É. Por quê? Não sei. Acho que a definição perfeita de Guerra Mundial é que as pessoas nas trincheiras tinham que morrer, não havia como escapar. É terrível. Se você lê o livro vê que era terrível.
Será que é porque a Segunda Guerra já foi mostrada tantas vezes, ou porque a Primeira Guerra foi mais pessoal, enquanto a Segunda foi mais mecânica, tinha mais armas pesadas?
Muito mais gente morreu durante a segunda guerra, mas nos ataques da Primeira Guerra eles sabiam que iam morrer. Não havia como sobreviver. Terrível.
Qual vai ser o visual do filme?
Olhe aquelas imagens ali naquela parede, eu penso muito no Poderoso Chefão II em termos de estética. Veja aqueles quadros, são de um pintor brasileiro que mora perto da minha casa. Há uma conexão com o Poderoso Chefão II, mas agora, com o processo digital, dá para conseguir alguns efeitos impossíveis à época. Podemos ter um tom amarronzado e um rosa e amarelo bem fortes ao mesmo tempo.
Qual o nome deste pintor brasileiro?
Juarez Machado. Ele é bem famoso no Brasil, tem um museu...
Nas cenas de guerra, podemos esperar cenas como em O Soldado Ryan?
É uma boa referência de um ataque. Eu acho que é um dos melhores filmes neste sentido, mas como este não é um filme de guerra, não quero mostrar muita violência, nem sangue, afinal é uma história de amor.
Mas o livro conta a história destes cinco homens que foram condenados e têm de ficar na Terra de ninguém, entre as trincheiras francesas e prussianas até sua morte.
Sim, mas "Ryan" é muito violento. Claro que não podemos evitar toda a violência, afinal estamos no meio da guerra e precisamos entender porque as pessoas chegam ao ponto de se automutilarem para sair dali.
Mas agora, com o processo digital e todos os efeitos especiais, nós podemos entender esta violência. Em "Ryan", você é colocado no meio da batalha, você ouve as balas passando para lá e para cá, batendo nos capacetes. A técnica utilizada ali é muito importante e vai ser muito útil para a gente.
Você vai filmar em 35 mm e digital?
Não. Vamos filmar tudo em 35mm. Acho que é muito cedo para filmar digitalmente, não posso perder tempo testando técnicas completamente novas agora. Talvez em um ou dois anos este será o melhor processo de captação de imagens, mas ainda é muito cedo.
Como você vai mostrar as diferentes épocas em que o filme se passa?
Para os personagens principais nós temos crianças para os primeiros anos e, depois, como Tautou tem uma cara muito jovial, ela vai fazer o papel dela mesma com 14, 15 anos. E nós achamos um ator que pode fazer a mesma coisa.
Em termos de fotografia e figurino, claro que haverão mudanças.
No livro, Mathi tem que se locomover numa cadeira de rodas...
Sim, mas você logo esquece isso com o passar das páginas, então resolvi mudar este fato, pois na tela, é algo que marca muito. Ela vai continuar com um problema de locomoção, ela vai andar mancando. Ela usa a cadeira de rodas uma vez no filme, mas isso é numa cena especial. [com uma voz sarcástica] Não posso te contar tudo...
Tirando este fato, você vai ser fiel ao livro?
Sim, mas não consigo evitar de colocar no roteiro humor e outras características minhas. Porque agora é a minha vez de contar a história. Mas no restante, sim, sou bastante fiel ao livro.
Na sinopse está que ela é supersticiosa...
Esta também é outra idéia que nós incluímos.
Mais influências de Amelie?
Sim, um pouco. Foi uma idéia de Guillaume Laurant, que escreveu o roteiro comigo.
E é uma coisa importante para a história?
Não, é só um detalhe. Duas ou três piadas.
E o lago onde eles vão nadar?
Eu mudei esta cena para a Bretanha, onde o mar é mais forte e vamos ter um farol. Nós achamos um farol numa área de estacionamento e vamos usá-lo bastante. O pai de Manech vai ser o responsável por este farol.
Quais são as locações que você vai usar neste filme?
Você não vai acreditar, mas nós ainda não conseguimos achar um campo para fazer as trincheiras. Está sendo o trabalho mais difícil até agora. Há alguns campos do exército, mas se você cuspir no chão, ele explode, pois está cheio de minas. E fora isso, os fazendeiros com quem nós conversamos, não querem destruir suas terras.
E você não pensa em fazer isso num estúdio?
Não. Não dá para filmar estas cenas em estúdio, porque há muitas explosões e fogo. As cenas na Bretanha e Córsega serão externas também. Aqui, serão filmados basicamente as cenas que se passam dentro da casa de Mathi. Vai ser uma filmagem bem longa. Algo em torno de 21 e 22 semanas.
No livro muitas coisas são explicadas através de cartas que ela recebe das pessoas que ela entra em contato. Como você transformou isso em filme?
Não posso explicar, mas foi muito simples. É bem mais fácil fazer uma adaptação de um livro do que escrever uma história original. Pra mim, foi mais um trabalho, mas ter uma história tão forte foi bem simples. As pessoas que leram o roteiro não viram nenhum problema em relação ao livro.
E os personagens? São muitos no livro!
Nós tivemos que cortar muitos personagens, amalgamar outros. Em algumas partes ela encontra algumas pessoas em vez de receber cartas.
Pude notar que Silvain e Benedicte agora são tios de Mathi.
No livro, era uma grande família, pai, mãe, irmão com a esposa. Nós simplificamos para estes dois personagens.
Sebastien Japrisot (autor do livro) chegou a ler o roteiro?
Eu liguei para ele quando comecei a trabalhar e ele me disse que não queria saber da minha história, que eu poderia fazer o que quisesse. Mas no final da ligação, ele disse para irmos até a casa dele quando o roteiro estivesse pronto para ele dar uma lida, pois ele estava curioso (risos).
Infelizmente, ele faleceu uma semana antes de terminarmos.
Há mais pressão em cima de você depois do sucesso de Amelie?
Todo mundo me pergunta isso. E a resposta é que não. Amelie foi um milagre e agora vou fazer um grande filme que vai ser lançado no mundo todo. É um jogo diferente, mas pra mim é a mesma coisa.
Eu nunca senti pressão por causa do orçamento. Mesmo quando eu fiz comerciais que custavam 2 milhões de dólares por 30 segundos, eu não ligava. Eu trabalho bastante antes de começar a filmar, faço storyboards , deixo todo o filme pronto e mostro para toda a equipe o que eu quero. Tento perder o mínimo possível de tempo, algo em torno de 1 a 2 dias.
Então você sabe como tudo vai ser antes de começar a filmar.
Eu posso mudar isso a qualquer momento, mas eu prefiro ter esta base para onde posso olhar sempre que estou na dúvida. Não dá para ficar esperando uma idéia no set de filmagens. É um custo muito alto ter todo mundo ali. Este é o meu segredo, trabalhar muito. Eu estou sempre preocupado com o dinheiro investido. Não costumo extrapolar o que os orçamentos.
Sobre a pressão, eu acho que tudo bem. Sobre a história, dá para fazer um paralelo com Titanic, pois temos um pano de fundo baseado na História, enquanto na verdade queremos contar é uma história de amor. Faz bem para o ego pensar nisso (risos)
Ter feito Alien Ressurection te deu confiança para aceitar este desafio?
Talvez. Mas eu acho que Amelie é mais útil neste sentido do que Alien. Para Hollywood, Alien é só mais um filme. Todo ano você tem uma série de filmes como este. Amelie, não, talvez por ser algo mais original, mais pessoal.
Há diferenças entre trabalhar com uma produtora americana, como em Alien, e francesa, como em Amelie?
Hoje, eu tenho a mesma liberdade. E não estou falando isso porque o chefe está aqui do meu lado. Eu escrevi um roteiro, eles gostaram e agora estou trabalhando nele. Talvez eu esteja realmente sonhando. Vou até bater na madeira. (risos)
Então, vai ser um filme totalmente seu, eles só estão mandando o dinheiro.
Exato. E, eu não sei se eu que dei muita sorte, mas nunca tive grandes brigas. Só um pouco com Alien, mas era um jogo bem diferente. É exatamente o oposto ao clichê que temos em nossas cabeças na França e no resto do mundo, eu tive muita liberdade. Por exemplo, em Alien, a montagem final é minha. Para lançar um DVD, eles me pediram para mostrar a versão que eu tinha em mente, e não tinha o que mudar ali. Mas neste caso, é um roteiro meu, o que me dá aina mais liberdade.
E vocês já estão pensando no DVD deste filme?
Sim, claro! Estamos fazendo o making of. Como diretor, eu adoro making of s, porque eu gosto de aprender com o trabalho dos outros diretores. Eu adoraria ter assistido este tipo de material quando eu era uma criança.
E com relação à direção de personagens? No DVD de Amelie, os atores falam que você é bem detalhista. Num filme bem diferente, você pretende mudar o seu jeito de dirigir?
Não dá, porque isso mudaria quem eu sou. E acho que é a mesma coisa para todos os diretores. Alguns conseguem mudar completamente o estilo, como Soderbergh, mas não é o meu estilo. Eu sempre vou filmar com bastante movimentação de câmeras, que talvez seja mais romântico. Não é um filme de super-heróis, com muita ação e cortes rápidos.
Sobre como dirigir um ator, depende muito do jeito de cada ator. Tem gente que gosta de improvisar e outros que não conseguem. Eu adoro pegar os atores de surpresa, como combinar algo só com um ator e ver as reações dos outros. Eu fiz muito isso em Delicatessen. Por exemplo, quando a menina leva um tapa, ela não esperava e as lágrimas ali eram reais. Você pode conseguir ótimas cenas desta forma.
E você é do tipo que aceita sugestões dos seus atores também?
Claro! Eu adoro quando um ator chega para mim e propõe algo diferente, desde que esteja no contexto, claro. Eu preparo o storyboard para ter uma base, mas adoro mudar tudo na última hora.
O filme parece ser bem dramático e você falou que estava incluindo algum humor na história. Como você solucionar isso?
Claro que o humor vai ficar mais para as cenas fora das trincheiras. Mas isso não quer dizer que não possa acontecer no meio do campo de batalha também, escondido em alguns detalhes. Mas isso não é uma comédia. É uma história de amor.
Você achou que o livro era muito sombrio sem estes elementos cômicos?
Não, eu faço isso sem querer quando estou escrevendo. Quando vejo, a piada já está lá.
Quantos livros você lê por ano?
Muito pouco, porque quase não dá tempo. Exceto nas férias, quando leio um por dia. Eu lembro que perdi duas férias com livros sobre a Primeira Guerra, porque era uma leitura tão pesada que eu não conseguia dormir depois. Tinha pesadelos. Uma das vezes eu estava em Bali e minhas férias foram completamente arruinadas pelo livro Orages dacier(Storm of Steel), de Ernst Junger. Um livro pesadíssimo sobre a Guerra. Foi uma estupidez sem tamanho. Lá fora, um sol lindo e eu lendo aquele livro. (risos).