A Petrobras cortou o patrocínio de 13 projetos culturais neste ano, de acordo com documento obtido pela CBN. Entre as iniciativas afetadas estão a Mostra de Cinema de São Paulo, o Festival do Rio, o Anima Mundi e o evento de cinema mais antigo do país, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Este não é o primeiro corte anunciado pela estatal em 2019. Em fevereiro, a empresa confirmou que deixaria de apoiar a Sessão Vitrine, projeto que dá visibilidade ao cinema nacional. Segundo nota enviada ao Omelete na época, a empresa estaria "revisando sua política de patrocínios".
Procurada pelo Omelete sobre a nova onda de cortes, a estatal afirmou:
"A Petrobras segue realizando apoio a projetos culturais. O orçamento para patrocínios, assim como diversas outras áreas, sofreu redução à luz do Plano de Resiliência divulgado no dia 8/3/19. Por esta razão, tivemos projetos nas áreas de audiovisual e artes cênicas já concluídos, que não foram renovados. Os contratos vigentes estão em andamento e com seus desembolsos em dia.
A Petrobras está revisando sua política de patrocínios para readequar seu orçamento e em alinhamento ao posicionamento de marca da empresa, com intenção de maior foco nos segmentos de ciência & tecnologia e educação, principalmente infantil."
Na semana passada, o gerente de patrocínios da empresa Diego Pila já havia dado declaração semelhante, dizendo que não estão renovando os patrocínios nas áreas de cultura e esporte, apenas cumprindo os contratos vigentes.
"A gente não teve nem que ter critérios para fazer o corte, foi geral. A gente tinha lançado uma seleção pública na área de música em dezembro do ano passado e esse é o único patrocínio novo que está sendo feito, tanto para cultura, como para esporte", disse em uma audiência da Comissão de Cultura.
Os efeitos do corte
O Omelete procurou as organizações da Mostra de Cinema de São Paulo, Festival do Rio, Anima Mundi e o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro para entender os efeitos que a decisão da Petrobras pode ter. Em nota, o Anima Mundi disse:
"O Anima Mundi tem enfrentado um cenário adverso de captação desde 2015 e nesses anos todos sempre procurou adaptar-se às contingencias mantendo a qualidade e a democratização do acesso à sua programação, boa parte dela gratuita. Nesse novo cenário estamos buscando novas alternativas para viabilizar o Festival e outras ações realizadas. É um cenário desafiador como nunca enfrentamos antes e que pode, inclusive, inviabilizar nossas operações. Todavia estamos trabalhando com máxima dedicação para responder à altura dos desafios impostos, como fazemos desde 1993."
Os demais projetos não responderam ao site até o momento da publicação desta matéria.