Paramentados com roupas pretas, incluindo várias peças ousadas em couro e veludo, os rapazes do DRIPPIN declaram repetidamente que são os vilões dessa história no vídeo do novo single, “Villain”, lançado na segunda-feira (17). É uma mudança radical para o grupo que, até pouco tempo atrás, estava dançando em campos ensolarados e fazendo poses fofíssimas para a câmera em “Free Pass”, uma das canções mais viciantes (e subestimadas) do verão coreano de 2021.
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O vocalista principal do septeto, Hyeop, conta ao Omelete que a troca de direção é totalmente intencional: “Nós amadurecemos muito, e estamos lançando este álbum com um conceito bem diferente dos anteriores. Todos os membros do DRIPPIN estudaram a música e praticaram muito a coreografia, então estamos preparados para essa mudança”.
“‘Villain’ expande o leque de coisas que o DRIPPIN é capaz de fazer”, define o integrante Changuk. O álbum completo, com seis faixas, também dá uma encorpada no som synthpop que o grupo apresentou desde sua estreia, em outubro de 2020, inserindo influências latinas (em “Remember”) e um toque de soul (em “Switch”) ao repertório. Em suma, o DRIPPIN parece finalmente estar a caminho de um encontro com sua própria identidade.
Não dá para esperar, no entanto, que o grupo agora fique preso ao tom mais sombrio que experimentou com “Villain”. Aos 22 anos, Hyeop é o integrante mais velho do DRIPPIN - o maknae, Alex, tem 17 -, e dessa juventude (base, inclusive, do hit “Young Blood”) nasce uma energia notável para a exploração musical.
“Eu gosto da vibe de ‘Villain’, mas também gostaria de realizar um conceito mais iluminado e refrescante. Acho que, já que agora estamos apresentando uma performance mais contida e sombria, o nosso próximo lançamento pode ir no caminho contrário”, provoca Yunseong, que serve como líder do septeto.
“Nós sempre queremos mostrar músicas diferentes”, define o rapper Dongyun. “Eu não sei te dizer qual será o nosso próximo gênero musical, mas gostamos de canções animadas, que fazem as pessoas se sentirem felizes”.
Na estrada há pouco mais de um ano, os meninos do DRIPPIN ainda são o que os coreanos chamam de rookies, e enfrentam sempre comparações com nomes mais robustos e veteranos de um mercado que conquistou o mundo. Mas quem são os colegas mais velhos (na linguagem do k-pop, sunbaenims) que inspiram o grupo?
“Eu respeito muito o Seventeen e o SHINee”, responde Yunseong, citando dois titãs das gerações que precederam o DRIPPIN, responsáveis por hits como “Left & Right” e “Sherlock”. “Penso que eles sempre entregam grandes performances aos fãs para agradecer pelo apoio, e acho isso incrível. Gostaria de ser um artista como eles”.
Dongyun traz uma referência ainda mais reconhecível para os ouvintes ocidentais. “Desde muito jovem, eu admiro o BTS. Até hoje, espero seguir os passos deles”, comenta ele sobre os donos de “Butter” e “Mic Drop”, que estrearam na indústria em 2013, quando Dongyun tinha 11 anos de idade.
Guardadas as devidas proporções, o DRIPPIN sente ao lado desses e outros grupos o gostinho da internacionalização do k-pop no seu dia a dia. “Nós temos muitas formas diferentes de trocar mensagens com nossos Dreamin [nome dado aos fãs do grupo], e ficamos muito surpresos quando descobrimos comentários de brasileiros nessas plataformas! Eu adoraria ir a um festival de música no Brasil”, garante Changuk.
Enquanto isso, o maknae Alex recebe muitas mensagens de seus compatriotas na Alemanha. Como primeiro idol de k-pop com nacionalidade alemã, ele busca sempre dispensar um carinho especial a esses fãs: “Eu tento me comunicar com eles, manter contato através de transmissões ao vivo e responder cada mensagem individualmente!”.
Nesse tempo em atividade, o DRIPPIN só sente falta de uma coisa: mais oportunidades de encontrar os fãs pessoalmente. “Acho que a memória que guardo com mais carinho é do momento em que vimos nossos Dreamin pela primeira vez, quando estávamos promovendo nossa primeira música, ‘Nostalgia’. Foi especial”, lembra Yunseong.
“Vilões” de coração de ouro, esses meninos.
Coordenação de artista: MJ Tonz