O NCT 127 durante coletiva de imprensa no Vibra São Paulo (Sâmela Silva)

Música

Entrevista

Um grupo global para o público global: NCT 127 fala de primeira vinda ao Brasil

Novo disco do grupo é “muito massa”, arrisca o líder Taeyong em português

19.01.2023, às 16H05.
Atualizada em 20.01.2023, ÀS 09H31

Pergunte ao NCT 127 o que os faz um grupo de sucesso ao redor do mundo, e você vai receber uma resposta um pouco mais sincera do que esperava. Honestamente? Eu não sei”, admite Yuta. Claro que nós nos esforçamos muito em todas as apresentações e lançamentos, e tentamos visitar a maior quantidade de países possível, conhecendo assim a maior quantidade de fãs possível. A conexão que surge durante este processo é muito importante... talvez ela seja o motivo para o nosso sucesso”.

Durante coletiva de imprensa que precedeu os três shows do grupo em São Paulo, a espontaneidade deu o tom - algo pouco característico das entrevistas e eventos de k-pop, normalmente controladas muito de perto pelas gravadoras. Talvez pese nisso o fato, citado pelo líder Taeyong logo no começo da conversa com os jornalistas, que o NCT 127 já está em seu oitavo ano na estrada. Eles são profissionais consumados, capazes de falar por si mesmos.

Algo que sempre conversamos entre nós é que queremos ser um grupo duradouro. Acreditamos que fama e dinheiro são coisas que aparecem quando você está seguindo o caminho da sua paixão, fazendo o que gosta”, reflete o líder, que ainda comenta sobre a multiculturalidade do grupo: além do japonês Yuta, o 127 ainda conta com o estadunidense Johnny e o canadense Mark.  

Temos muitas culturas e idiomas diferentes - de certa forma, somos um grupo global desde a concepção. E fizemos um acordo tácito de respeitar essas diferenças culturais, apoiar o estilo e as maneiras de cada um”, comenta Taeyong. “Claro que isso não é algo que falamos o tempo todo em nossas turnês ou com o público, mas talvez os fãs sintam esse respeito, o que os faz crer, corretamente, que somos receptivos a nos conectar com as culturas deles”.

Vem aí um louvor do NCT?

Nesses oito anos de carreira, o NCT 127 construiu sua marca a partir da inovação. Da estreia com “Fire Truck” ao sucesso da rocambolesca “Cherry Bomb”, passando pelos voos mais recentes da melodramática “Favorite” e da balançada “Sticker”, o grupo transformou a experimentação, a exploração de estruturas musicais diferentes e instrumentais recheados de ruído, em rotina - e, pelo caminho, talvez tenham construído uma expectativa difícil de cumprir com os fãs.

No início tínhamos medo de um dia os conceitos se esgotarem, ficávamos pensando por quanto tempo conseguiríamos continuar surpreendendo as pessoas”, confessa Jaehyun.Mas, hoje em dia, estou acostumado com esse processo e até me divirto com isso - gosto de experimentar, criar coisas novas. A expectativa dos fãs é algo bom, porque nos incentiva à criatividade”.

Taeyong conta que, quando o grupo estava decidindo o single principal do próximo álbum, Ay-Yo (um relançamento especial do anterior 2 Baddies, com algumas canções inéditas), uma das candidatas mais fortes era uma canção com tons gospel. “Acabamos escolhendo outra alternativa, então talvez, no futuro, possamos tentar algo parecido com isso... o gospel seria uma ótima plataforma para apresentar toda a nossa vida e a trajetória do NCT”, diz.

O líder adianta que o NCT 127 está trabalhando duro nas canções e coreografias do novo disco, marcado para lançamento em 30 de janeiro, e até arrisca um português - auxiliado pela tradutora contratada para a coletiva: Está muito massa!”.

Duas músicas para o Brasil

Jaehyun, Taeyong e Yuta em coletiva de imprensa no Vibra São Paulo (Sâmela Silva)

Pisando pela primeira vez em solo nacional, o grupo confirma que a reputação dos fãs brasileiros os precede. Ouvimos muito falar de vocês, que são muito passionais. Estamos muito curiosos para descobrir como vai ser o contato com os fãs durante os shows”, comenta Mark.

Taeyong quer “sentir a energia dos fãs brasileiros para começar bem o ano”, enquanto Jungwoo admite que visitar o nosso país é um sonho antigo, graças ao gosto por futebol. Também é ele quem pergunta, ao final da coletiva, qual é a comida brasileira que ele não pode deixar de experimentar - as dicas dos jornalistas vão de feijoada a caipirinha, mas o grupo escolhe mesmo o bom e velho churrasco.

No palco, os fãs vão receber uma versão do NCT 127 ainda mais ousada do que o costume. “Nesta turnê, adicionamos várias músicas que apresentamos solo ou em unidades [com apenas alguns integrantes no palco, ao invés de todos]. É uma ideia nova para nós, um desafio, uma forma de nos mantermos sempre em aprendizado”, adianta Doyoung.

Mas qual é a música do grupo que melhor combina com o nosso país? Taeyong escolhe “Another World” (literalmente, “outro mundo”), em referência à distância entre o Brasil e a Coreia do Sul; já Taeil vai com “Regular”, a canção mais tingida de tons tropicais da discografia do NCT 127.

Sempre depois de uma turnê ou um show grande, eu sinto que amadureci como artista e como pessoa”, comenta Johnny. “Estou pensando nisso neste momento, tentando imaginar o que esta nova turnê vai nos trazer, e como sairemos dela diferentes de como entramos”.

O NCT 127 faz shows no Vibra São Paulo nos dias 18, 19 e 20 de janeiro. Confira os ingressos ainda disponíveis pelo site oficial.