[Atenção: contém spoilers de Thor: Amor e Trovão]
Chris Hemsworth realmente não deve abandonar o posto de Deus do Trovão tão cedo. Com duas cenas pós-créditos, Thor: Amor e Trovão sugere que o futuro do herói no MCU renderá novas aventuras, mesmo que agora ele tenha que administrar também as responsabilidades como pai. Aliás, se o final do filme servir de parâmetro, sua filha deve ajudá-lo a enfrentar as ameaças que aparecerem pelo caminho, e a primeira delas será especialmente perigosa. Isso porque Thor, Jane (Natalie Portman), Valquíria (Tessa Thompson) e Korg (Taika Waititi) deixaram mais do que um pequeno rastro de destruição na sua passagem pela Cidade da Onipotência. Na tentativa de convencer os deuses a se unirem contra Gorr (Christian Bale), eles deixaram também Zeus (Russell Crowe) com o ego ferido, e a primeira cena pós-créditos revela justamente seus planos de vingança.
Levemente machucado — e talvez por isso mais pomposo que o normal —, o maior dos deuses gregos é consolado por um grupo de mulheres, enquanto reclama do estardalhaço que o Vingador causou diante de toda a corte. Prometendo fazê-lo pagar pela humilhação, que lhe custou também sua arma, Zeus convoca ninguém menos que Hércules, seu filho mais poderoso, para fazer justiça em seu nome. É, então, revelado que Brett Goldstein é quem interpreta o mais novo antagonista do universo cinematográfico. Com as vestes verde e dourada do semideus e carregando seu bastão tradicional, ele aparece em um pedestal, ostentando o olhar raivoso que virou sua marca em Ted Lasso, onde interpreta o ex-jogador do Richmond Roy Kent.
O embate entre Thor e Hércules é clássico nos quadrinhos, tendo começado em 1965, na primeira edição da revista anual Journey into Mystery, assinada por Stan Lee e Jack Kirby — e, vale dizer, dá para perceber a influência do visual idealizado por Kirby na versão do semideus que foi para os cinemas. Embora ainda seja cedo para especular sobre como se dará essa luta, as HQs demonstram, historicamente, que essa é uma disputa acirrada. Só para ter uma dimensão da intensidade que o confronto costuma ter, uma queda de braço entre eles foi capaz de tirar um planeta da órbita, ou seja, há espaço para Waititi realmente viajar — e ele tende a não perder nenhuma oportunidade dessas.
Marvel Comics/Reprodução
O conflito contra Gorr, porém, fez mais do que causar pânico no panteão: implicou também no sacrifício de Jane Foster para salvar seu amado e as crianças sequestradas pelo Carniceiro dos Deuses. A boa notícia é que, apesar de dramático, esse pode não ser o desfecho definitivo da história da astrofísica, nem da sua jornada enquanto Poderosa Thor. Isso porque a segunda cena pós-créditos mostra Jane sendo recepcionada por Heimdall (Idris Elba) nos portões de Valhalla, onde o antigo guardião da Bifrost a agradece por cuidar do seu filho Axl (Kieron L. Dyer).
O momento é breve, mas sugere que o MCU pode tratar o palácio da mitologia nórdica como um lugar visitável, sobretudo considerando que há outros velhos conhecidos do Thor ali. No entanto, mais do que isso, há chances da Casa das Ideias repetir o que aconteceu nos quadrinhos e ressuscitá-la. Afinal, no número 706 do gibi da Poderosa Thor, o Deus do Trovão e Odin combinaram seus poderes para trazê-la de volta à vida, já que era claro que ela tinha mais a oferecer — e não há dúvidas de que essa sensação encontra eco nos cinemas.
Se Jane permanecerá morta ou não, ainda não está claro. Mas certamente sua jornada e a de Thor estão longe do fim.
Thor: Amor e Trovão está em cartaz nos cinemas.