No espaço entre a primeira publicação de Feios, em 2005, e o lançamento da nova adaptação da Netfflix, muita coisa mudou - inclusive os hábitos de consumo do público. Lá atrás, as sagas para jovens adultos eram o produto do momento, definindo os gostos de toda uma geração de millennials (para referência: Harry Potter é de 1997, Crepúsculo de 2005, Jogos Vorazes de 2008, e Divergente de 2011), e a realidade de 2024 é que esse público cresceu e se moveu para outros gêneros e histórias - mas a nostalgia continua viva, e pronta para ser minada.
“Eu sempre fui o cara que lia o livro depois. Tenho vergonha de dizer isso, mas quando um filme como Crepúsculo ia sair, eu era o cara que dizia: ‘Teve um livro? Uau, que legal!’”, brincou Keith Powers, o David da adaptação da Netflix, em entrevista ao Omelete. “E, no caso específico de Crepúsculo, eu achei muito divertido. Era uma história caipira, do melhor jeito possível. Então, é claro que fazer parte de uma história que se encaixa nesse nicho cultural… é um sonho realizado”.
Chase Stokes, o Peris - personagem que, na melhor tradição do subgênero, disputa a atenção romântica da protagonsita Tally (Joey King) com David -, assina embaixo da declação do colega: “Eu fui fã de Divergente, de Jogos Vorazes. Cresci com esses mundos distópicos, que provocavam, te faziam pesar. Como ator, tudo o que você quer é fazer parte de histórias legais, e Feios definitivamente é uma delas. Espero que seja uma ressurgência desse tipo de narrativa”.
“Eu amo quando ficção científica desse tipo consegue trazer uma mensagem. É como se abrisse um mundo de possibilidades, provocasse a sua imaginação… Acho que, em uma história como essa, conseguimos falar de temas importantes de uma forma única”, completou Brianne Tju, que encarna Shay na adaptação. “É realmente como ler um livro, se perder nesse mundo diferente, que realmente desafia a sua ideia de realidade”.
Feios acompanha Tally e cia. em uma sociedade futurista onde todos os habitantes, aos completar 16 anos, são submetidos a cirurgias plásticas para se enquadrar aos padrões estéticos mais rígidos. Quando uma jovem se rebela contra a obrigatoriedade dessas cirurgias, a fachada utópica dessa sociedade começa a ruir.
O longa, dirigido por McG (As Panteras), já está disponível para streaming na Netflix.