O Brasil será representado no Oscar 2020 com o documentário Democracia em Vertigem. Mas, embora nunca tenha saído vencedor, desde 1945 o país tem um histórico interessante de indicações na premiação. Relembre-o a seguir:
1945: BRASIL
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O compositor Ary Barroso foi o responsável pela primeira indicação do Brasil ao Oscar. Em 1945, sua música “Rio de Janeiro” disputou como Melhor Canção pelo filme Brasil, mas acabou perdendo para "Swinging On A Star", do longa O Bom Pastor.
1963: O PAGADOR DE PROMESSAS
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Baseado na peça de Dias Gomes, O Pagador de Promessas rendeu ao Brasil sua primeira indicação a Melhor Filme Estrangeiro. Embora tivesse levado a Palma de Ouro em Cannes no ano anterior, o filme do diretor Anselmo Duarte não saiu vitorioso. A Academia preferiu premiar o longa francês Sempre aos Domingos.
1996: O QUATRILHO
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Demorou 30 anos para que o Brasil voltasse a ser indicado à categoria Melhor Filme Estrangeiro. O longa em questão foi O Quatrilho, do diretor Fábio Barreto. Mas quem saiu premiado foi A Excêntrica Família de Antonia, da Holanda.
1998: O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?
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Em 1998 o Brasil voltou a ser lembrado pela Academia pelo longa O Que é Isso, Companheiro?. Baseada no livro do jornalista Fernando Gabeira, a produção foi dirigida por Bruno Barreto, irmão do cineasta por trás de O Quatrilho. Mais uma vez, o Brasil perdeu para a Holanda na premiação, que levou a estatueta por Caráter.
1999: CENTRAL DO BRASIL
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Pelo segundo ano consecutivo o Brasil foi indicado a Melhor Filme Estrangeiro. Embora Central do Brasil seja uma coprodução Brasil e França, o longa foi registrado na Academia como o representante brasileiro na competição. Dirigido por Walter Salles, o filme ainda rendeu uma indicação a Fernanda Montenegro. A atriz perdeu para Gwyneth Paltrow por Shakespeare Apaixonado. Já o longa foi preterido por A Vida é Bela.
2001: UMA HISTÓRIA DO FUTEBOL
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O Brasil recebeu sua primeira indicação a Melhor Curta-metragem em 2001 com Uma História do Futebol, de Paulo Machline. A produção, baseada no livro de José Roberto Torero, acabou perdendo para Quiero ser (I want to be...), do México e da Alemanha.
2004: CIDADE DE DEUS
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Estranho pensar que Cidade de Deus, um dos grandes filmes do cinema brasileiro, foi completamente ignorado pela Academia em 2003, quando foi indicado como representante do país. A organização, porém, voltou atrás no ano seguinte, colocando-o como candidato a Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Roteiro Adaptado. Infelizmente, o filme saiu da competição sem estatuetas.
2012: RIO
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"Real In Rio", a música original da animação do diretor Carlos Saldanha, tinha apenas um concorrente: "Man Or Muppet". Porém, a obra da a dupla de brasileiros Sergio Mendes e Carlinhos Brown perdeu para a composição do neozelandês Bret McKenzie.
2015: O SAL DA TERRA
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O Brasil voltou a ser indicado ao Oscar graças ao documentário O Sal da Terra, que explora a vida e a obra do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Juliano Ribeiro Salgado codirigiu a produção e levaria uma estatueta, em caso de vitória. Porém, Cidadãoquatro foi eleito o Melhor Documentário naquele ano.
2016: O MENINO E O MUNDO
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A animação O Menino e o Mundo, do diretor Alê Abreu, foi indicada ao Oscar em 2016. A aventura do protagonista atrás do seu pai, embora tenha rendido um Annie Award ao país, não teve chance contra Divertida Mente, da Pixar.
2020: DEMOCRACIA EM VERTIGEM
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Em 2020, o Brasil está representado no Oscar com o documentário Democracia em Vertigem, da diretora Petra Costa. A produção aborda o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, e a ascensão dos discursos de extrema-direita que levaram à eleição do presidente Jair Bolsonaro. O longa disputa a estatueta com American Factory, The Cave, For Sama e Honeyland.
OUTROS CASOS
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1960: ORFEU NEGRO | Também conhecido como Orfeu do Carnaval, o longa do diretor Marcel Camus que adapta uma peça de Vinícius de Moraes venceu como Melhor Filme Estrangeiro, em 1960. Embora seja uma coprodução brasileira, na Academia o longa foi registrado apenas como um longa francês. Assim, a estatueta não passou nem perto do Brasil.
1979: RAONI | O documentário sobre o cacique Raoni e as tribos indígenas do norte do Brasil foi indicado ao Oscar em 1979. O longa é uma coprodução França, Bélgica e Brasil, com direção e roteiro do belga Jean-Pierre Dutilleux e do brasileiro Luiz Carlos Saldanha. Se premiado, porém, as estatuetas iriam para o trio de produtores Dutilleux, Barry Williams e Michel Gast, ou seja, nada de prêmio para o nosso país. A produção acabou perdendo para Scared Straight!.
1986: O BEIJO DA MULHER ARANHA | O Beijo da Mulher Aranha não é propriamente um filme brasileiro. Embora seu elenco esteja repleto de atores e atrizes daqui, esta coprodução Brasil e Estados Unidos é toda falada em inglês e é dirigida por um cineasta argentino naturalizado brasileiro, isto é, Héctor Babenco. O filme foi indicado a Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado. O ator William Hurt foi o único a levar a estatueta.
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2004: AVENTURA PERDIDA DE SCRAT | Apesar de ser dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, o curta-metragem foi registrado na Academia como uma produção norte-americana. Ainda assim, se tivesse saído vencedora da categoria - o que não aconteceu -, Saldanha levaria para casa uma estatueta.
2005: DIÁRIOS DE MOTOCICLETA | Embora seja dirigido pelo brasileiro Walter Salles, Diários de Motocicleta envolveu muitos países (Argentina, Chile, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e França) para ser considerado um longa propriamente brasileiro. Não bastasse isso, as indicações que recebeu ao Oscar foram todas a profissionais de outras nacionalidades. O portorriquenho José Rivera concorreu na categoria Melhor Roteiro Adaptado, enquanto o uruguaio Jorge Drexler disputou e venceu como compositor da Melhor Canção Original, "Al otro lado del río".
2011: LIXO EXTRAORDINÁRIO | Codirigido pelo brasileiro João Jardim, o documentário, ambientado em um lixão no Rio de Janeiro, trata do trabalho do artista também brasileiro Vik Muniz. Porém, na indicação da Academia, só foram listados a diretora Lucy Walker e o produtor Angus Aynsley, ambos britânicos. Então, mais uma vez, se a produção fosse eleita a melhor, o Brasil não sairia vencedor.
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2018: ME CHAME PELO SEU NOME | Indicado em quatro categorias, incluindo Melhor Filme, Me Chame Pelo Seu Nome contou com a produção do brasileiro Rodrigo Teixeira e sua produtora, a RT Features. Ainda assim, não se pode apontá-lo como um longa nacional. Trata-se de uma coprodução Itália, França e Brasil, dirigida pelo italiano Luca Guadagnino e falada em inglês e francês. Em 2018, o filme venceu apenas em uma categoria: Melhor Roteiro Adaptado.