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Como Emma Stone foi de Superbad a queridinha do Oscar

Atriz foi indicada pela terceira vez, agora por seu papel em A Favorita

05.02.2019, às 16H43.

Com mais de 40 créditos como atriz, incluindo um clipe de Paul McCartney, Emma Stone se solidificou como uma das artistas mais requisitadas dessa geração em Hollywood. Embora o começo da sua carreira tenha se sustentado praticamente em comédias, em que interpretava diferentes versões de si mesma - como ela definiu na Mesa Redonda com o Hollywood Reporter -, desde o lançamento de Histórias Cruzadas, em 2011, ela tem trabalhado em projetos com mais carga dramática. Não à toa ela ocupa agora o posto de queridinha da Academia, somando três indicações ao Oscar nos últimos cinco anos.

Confira a seguir os filmes que foram importantes para a trajetória de Stone, de Superbad até A Favorita:

Superbad: É Hoje

Apatow Productions/Divulgação

A comédia marcou não apenas a estreia dela nos cinemas, como também seu primeiro projeto de destaque. Até então, a atriz havia participado de alguns episódios em programas de TV, como Malcolm in the Middle e Zack & Cody: Gêmeos em Ação.

Escrito por Seth Rogen e Evan Goldberg, Superbad narra a jornada de dois amigos de infância que, prestes a irem para a faculdade, decidem impressionar as meninas por quem são apaixonados. No longa, Stone interpreta Jules, o interesse amoroso do personagem de Jonah Hill. A produção foi bem recebida pela crítica e se tornou um fenômeno entre o público.

Zumbilândia

Columbia Pictures/Divulgação

Contracenando com Woody Harrelson, Jesse Eisenberg e Abigail Breslin, Stone continuou a trabalhar sua veia cômica, agora em um contexto com mais ação. Zumbilândia acompanha um grupo de sobreviventes em meio a um mundo pós-apocalíptico dominado por zumbis. Na trama, assinada por Rhett Reese e Paul Wernick (Deadpool), a atriz interpreta Wichita, uma jovem que ao lado da sua irmã mais nova busca uma área livre de infectados.

O filme é também outro marco na carreira da atriz dada a resposta dos espectadores. Embora alguns fãs (“puristas de zumbi”, como a Stone os chama) critiquem o fato de que os zumbis não estão completamente mortos ou andem vagarosamente, a comédia conquistou o público de tal forma que, mesmo dez anos depois, a notícia da sequência ainda os anima.

A Mentira

Olive Bridge Entertainment/Divulgação

No ano seguinte, Emma Stone viveu sua primeira protagonista, uma estudante do Ensino Médio chamada Olive Penderghast, na comédia adolescente A Mentira. Na história, com ares de filme do John Hughes, sua personagem vê sua vida mudar completamente por causa de um rumor.

Sendo esta uma grande chance de se destacar na indústria, era de se imaginar que a atriz ficaria nervosa. No entanto, Stone contou a Timothée Chalamet no Actors on Actors da Variety que a questão foi um pouco mais séria. "Realmente me apaixonei por aquele roteiro, mas coloquei tanta pressão em mim que estava enlouquecendo enquanto filmávamos. Se eu não estava na tela, estava narrando. Era muito eu e sentia que tudo poderia ruir a qualquer momento".

Amor a Toda Prova

Carousel Productions/Divulgação

Amor a Toda Prova poderia ser mais uma comédia, se não marcasse seus primeiros trabalhos com Ryan Gosling e Steve Carell - com quem voltaria a colaborar mais à frente. O longa foca no relacionamento entre o quarentão recém-divorciado Carl (Carell) e o mulherengo Jacob (Gosling), que decide ajudar seu novo amigo a superar a baixa autoestima após o divórcio. Aqui, Stone interpreta Hannah, o interesse amoroso de Jacob.

No longa, Stone e Gosling recriam um trecho de Dirty Dancing, um dos momentos mais memoráveis da trama - assista aqui. No entanto, no Graham Norton Show, a atriz revelou que sua lembrança não é tão positiva. A primeira tentativa de filmar a cena não deu certo por causa de um trauma de infância e os diretores optaram por usar uma dublê.

Histórias Cruzadas

DreamWorks/Divulgação

Indicado a quatro estatuetas no Oscar, Histórias Cruzadas deu início a um momento de transição na carreira de Emma Stone. Embora nunca tenha aberto mão das comédias, em alguma medida este filme abriu portas para que ela encarasse papéis mais dramáticos.

Ambientado nos anos 1960, durante o movimento dos direitos civis, o longa acompanha uma escritora aspirante (Stone) conforme ela escreve o livro sobre a perspectiva das empregadas negras quanto as dificuldades do trabalho e as relações com as famílias brancas. O elenco contava ainda com Viola Davis, Octavia Spencer, Jessica Chastain e Bryce Dallas Howard.

O Espetacular Homem-Aranha 1 e 2

Columbia Pictures/Divulgação

Emma Stone também teve uma passagem no universo dos quadrinhos. Na segunda adaptação do Homem-Aranha, ela interpretou Gwen Stacy, o par romântico do Peter Parker vivido por Andrew Garfield.

Em entrevista ao Omelete na época do lançamento do primeiro filme, a atriz contou que estudou alguns quadrinhos durante sua preparação. "[...] essa Gwen foi uma combinação de O Espetacular Homem-Aranha, O Incrível Homem-Aranha e Ultimate Homem-Aranha. Então teve um pouco de ousadia, inocência. Ela era uma hippie, como em algumas partes da HQ. O maior foco foi realmente construir a personagem do zero, porque eu não conseguiria passar por todas as diferentes encarnações de Gwen".

Entre todas as adaptações dos quadrinhos do Teioso, O Espetacular Homem-Aranha talvez seja a menos celebrada pelos fãs. Em termos de bilheteria, o primeiro filme arrecadou US$ 757,9 milhões, enquanto o segundo fez US$ 708,9 milhões. Ainda assim, A Ameaça de Electro recebeu duras críticas da imprensa especializada - tanto que se planejava um terceiro filme, mas ele nunca saiu do papel. Porém, é inegável que ambos os blockbusters ajudaram a solidificar sua ascensão em Hollywood.

Magia ao Luar e O Homem Irracional

Gravier Productions/Divulgação

A atriz colaborou, então, com o diretor Woody Allen nos longas Magia ao Luar e O Homem Irracional, interpretando em ambos uma jovem apaixonada por homens mais velhos. Na época, trabalhar com o cineasta tornara se polêmica após Dylan Farrow, filha da atriz Mia Farrow, publicar uma carta aberta no New York Times, acusando Allen de tê-la abusado sexualmente na infância. Com isso, Stone teve que justificar sua decisão de trabalhar com ele em algumas ocasiões. Ao The Guardian, ela destacou a chance de trabalhar com Joaquin Phoenix ("realmente um ator brilhante") em O Homem Irracional e disse:

"[...] o relacionamento é genuinamente um ponto da trama. É abertamente discutido no filme que essa é uma estudante que está se apaixonando pelo seu professor e ela quer trazer para a sua vida a inteligência dele e essa energia quase tóxica".

Nenhum dos dois filmes conquistou a crítica, nem ganhou tanta notoriedade quanto os mais recentes sucessos do diretor, Blue Jasmine e Meia-Noite em Paris, sendo ignorado pelas grandes premiações.

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)

New Regency Pictures/Divulgação

Vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2015, Birdman marca a carreira de Stone como sua primeira indicação pela Academia. No longa de Alejandro G. Iñárritu, ela é a filha de um ator famoso por interpretar um super-herói que quer reconquistar o público em uma peça na Broadway.

Ela disputou a estatueta com Laura Dern (Livre), Keira Knightley (O Jogo da Imitação), Meryl Streep (Caminhos da Floresta) e Patricia Arquette (Boyhood: Da Infância à Juventude), que saiu como a Melhor Atriz Coadjuvante do ano. Porém, o filme dividiu com O Grande Hotel Budapeste, de Wes Anderson, o posto de grande vencedor da noite, levando inclusive o prêmio de Melhor Direção.

La La Land: Cantando Estações

Summit Entertainment/Divulgação

O segundo filme do diretor Damien Chazelle, que impressionara em 2014 com Whiplash, rendeu à atriz seu primeiro Oscar. Em La La Land, Stone trabalhou pela terceira vez com Ryan Gosling, dessa vez interpretando uma aspirante a atriz com dificuldades de realizar seu grande sonho.

Embora desde pequena pensasse que não seria capaz de estrelar um musical (“não sou uma ótima cantora, ou uma ótima dançarina”, afirmou à revista Time), a atriz tinha uma experiência prévia com o gênero antes de começar a produção, o espetáculo da Broadway Cabaret. Isso, aliado ao fato de Chazelle não exigir perfeição técnica, tornaram a experiência para Stone muito proveitosa - não à toa, ela carrega o longa muito bem.

Foram três meses de preparação e apenas 40 dias de filmagens. Mas, quando finalmente foi lançado, o musical virou tema de discussões em diversos festivais e premiações. Seja por ser cheio de referências a clássicos e mesmo a Hollywood, seja pela “rivalidade” com Moonlight: Sob a Luz do Luar na disputa pelas estatuetas principais. Fato é que, em meio a um movimento de amor e ódio do público, La La Land levou seis prêmios no Oscar 2017, além de entrar para a história da premiação em uma das maiores gafes da história da Academia - relembre.

A Guerra dos Sexos

Fox Searchlight Pictures/Divulgação

A Guerra dos Sexos marcou o reencontro de Emma Stone com Steve Carell, agora em um contexto que mesclava comédia e drama. No longa, ela interpreta a tenista Billie Jean King, a número 1 do mundo no início dos anos 1970, que é desafiada pelo antigo campeão Bobby Riggs para uma Batalha dos Sexos. A disputa provaria quem seria realmente melhor no esporte: um homem ou uma mulher.

A relevância histórica do evento por si só já era um motivo para colocar o filme nos holofotes dos principais festivais, mas não há dúvidas de que o crescimento da discussão sobre o machismo na indústria cinematográfica também impulsionaram o alcance da produção. A Guerra dos Sexos, porém, acabou indicado apenas ao Globo de Ouro e ao SAG Awards, sem levar nenhum prêmio.

Mesmo assim, o longa foi bastante importante para Stone. "Interpretar Billie Jean realmente mudou minha vida”, contou ao Hollywood Reporter sobre sua primeira experiência vivendo uma pessoa de verdade. Além de treinar tênis, atividade que nunca teve qualquer envolvimento, ela consultou Jean e sua parceira, Ilana Kloss, sobre a época. "Estudei o máximo que pude daquela Era e percebi o quão pouco mudamos desde então".

A Favorita

Lightbearer Films/Divulgação

Em 2018, Emma Stone estrelou seu primeiro filme de época, a comédia dramática A Favorita. Baseada em fatos, a produção narra o triângulo amoroso e a disputa de poder entre a Rainha Anne, Lady Sarah e a serva Abigail na Inglaterra do século XVIII. Originalmente, o diretor Yorgos Lanthimos não estava considerando escalar uma atriz americana para nenhum dos três papéis, mas Stone o impressionou na sua audição - e, mais tarde, suas colegas de elenco na primeira leitura do roteiro. “É realmente impressionante! [O sotaque] é difícil de acertar”, disse Rachel Weisz à BBC.

A atuação dela também deixou uma marca nos membros da Academia, que a indicaram pela terceira vez ao Oscar, novamente na categoria Melhor Atriz Coadjuvante. Ela disputa a estatueta com Weisz, Amy Adams (Vice), Marina de Tavira (Roma) e Regina King (Se a Rua Beale Falasse). A vencedora será anunciada em 24 de fevereiro. Será que Stone se consagra mais uma vez?