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Oscar Póstumo: conheça todos os vencedores da história da Academia

Chadwick Boseman pode se tornar o terceiro ator a ser homenageado com uma estatueta póstuma

15.04.2021, às 11H52.

Com uma atuação brilhante no último filme que trabalhou antes de sua morte, A Voz Suprema do Blues, Chadwick Boseman é apontado como favorito na categoria de Melhor Ator no Oscar 2021. Sua vitória no SAG (Premiação do Sindicato de Atores), no Critics’ Choice Awards e no Globo de Ouro apenas reforçam a teoria. Se concretizado, esta será a terceira vez na história da instituição que um prêmio póstumo é entregue em categorias de atuação. 

Apesar disso, um Oscar póstumo não é exatamente novidade. Desde 1940, a Academia periodicamente homenageou nomes que já haviam partido, em categorias diversas, desde atuação à trilha sonora, design de produção, roteiro e por aí vai.

Confira abaixo todas os indivíduos que receberam Oscars póstumos (em categorias competitivas) na história da cerimônia. 

Sidney Howard - ...E O Vento Levou

Oscar de Melhor Roteiro Adaptado

O primeiro Oscar póstumo da história da Academia foi para Sidney Howard, pelo roteiro adaptado de ...E O Vento Levou. Howard foi apenas um dos roteiristas que trabalhou na adaptação da obra de Margaret Mitchell, mas como responsável pela primeira versão e supervisor de toda a evolução do script, a produção decidiu creditá-lo na obra final. O escritor - que também trabalhou em peças e levou o prêmio Pulitzer por They Knew What They Wanted - faleceu em 23 de agosto de 1939 em um acidente trágico, seis meses antes da 12ª cerimônia do Oscar, da qual ...E O Vento Levou saiu com 10 estatuetas. 

Victor Young - A Volta ao Mundo em 80 Dias

Oscar de Melhor Trilha Sonora

Em 1957, o Oscar deu sua segunda estatueta póstuma ao compositor Victor Young, artista que até hoje tem o recorde de indicações antes de sua primeira vitória. Young chegou a ser indicado 20 vezes - e em dois anos concorreu por quatro filmes diferentes - mas só ganhou a estatueta em 1957, na 29ª cerimônia do Oscar, pela trilha sonora de A Volta ao Mundo em 80 Dias. No mesmo ano ele também foi indicado por Palavras ao Vento. Young faleceu de hemorragia cerebral aos 57 anos. 

William A. Horning - Gigi e Ben-Hur

Oscar de Direção de Arte

William A. Horning também foi indicado diversas vezes antes de levar seu primeiro Oscar, após a morte, e mais tarde veio a se tornar um dos únicos artistas a ter recebido dois Oscars póstumos - seguidos, ainda por cima. O diretor de arte já havia sido indicado por seu trabalho em cinco filmes, incluindo O Mágico de Oz, mas a vitória só veio após sua morte em 1959. Horning levou o troféu pela direção de arte de Gigi e Ben-Hur, em 1959 e 1960.

Sam Zimbalist - Ben-Hur

Oscar de Melhor Filme

O produtor Sam Zimbalist permanece até hoje o único recipiente do Oscar póstumo de Melhor Filme, por seu trabalho em Ben-Hur. Zimbalist morreu de ataque cardíaco durante as filmagens do longa, no próprio set, e nem chegou a ver o trabalho finalizado. Quando Ben-Hur levou o prêmio principal na noite do 32º Oscar, sua esposa Mary Zimbalist recebeu a estatueta. 

Eric Orbom - Spartacus

Oscar de Direção de Arte

Logo no ano seguinte foi a vez de Eric Orbom, diretor de arte de Spartacus, levar o Oscar póstumo na única indicação que recebeu. Orbom trabalhou também em Tudo que o Céu Permite e Punidos pelo Próprio Sangue, e sua estatueta veio no último ano em que um longa em preto e branco levou o Oscar de Melhor Filme, Se Meu Apartamento Falasse (até A Lista de Schindler ganhar em 93).

Walt Disney - Ursinho Puff e o Dia Chuvoso

Oscar de Melhor Curta Animado

Nome mais conhecido da nossa lista de Oscars póstumos, Walt Disney levou a estatueta pelo curta do Ursinho Puff e o Dia Chuvoso, em 1969. Disney faleceu em 1966 por complicações no tratamento de câncer, dois anos antes do lançamento do filme que levou o Oscar de melhor curta animado na 41ª cerimônia da Academia. Esta foi a última de suas 22 vitórias na premiação, fazendo do produtor o indivíduo mais premiado da história do Oscar. No total, Walt Disney foi indicado 59 vezes. 

Raymond Rasch e Larry Russel - Luzes da Ribalta

Oscar de Melhor Trilha Sonora

O longa de 1952 de Charles Chaplin, Luzes da Ribalta, tem uma história peculiar por trás de sua única estatueta, de melhor trilha sonora. Por ter sido lançado em Los Angeles apenas 20 anos após sua produção - em 1972 - o filme concorreu ao 45º Oscar e rendeu a Charles Chaplin o seu único Oscar competitivo, de Melhor Trilha Sonora. Chaplin ganhou a estatueta ao lado de Ray Rasch e Larry Russel, que faleceram em 64 e 54, respectivamente. 

Peter Finch - Rede de Intrigas

Oscar de Melhor Ator 

Apesar de nomes como James Dean e Spencer Tracy terem sido indicados ao Oscar de melhor atuação após suas mortes, o primeiro ator a levar o Oscar póstumo na categoria foi Peter Finch, que permaneceu o único a ter o feito até o ano de 2009. Finch recebeu a honra por seu trabalho no longa de 1976, Rede de Intrigas, tendo falecido de ataque cardíaco dois meses antes da 49ª cerimônia do Oscar. 

Geoffrey Unsworth - Tess - Uma Lição de Vida

Oscar de Melhor Fotografia

O diretor de fotografia Geoffrey Unsworth, que trabalhou em clássicos como 2001: Uma Odisséia no Espaço e Superman: O Filme, já tinha levado o Oscar por Cabaret, mas recebeu sua segunda estatueta - póstuma - por Tess - Uma Lição de Vida. Unsworth faleceu de ataque cardíaco durante as filmagens do longa, e por isso dividiu o prêmio com Ghislain Cloquet, que continuou a função na produção. 

Howard Ashman - A Bela e a Fera

Oscar de Melhor Canção

Howard Ashman, letrista parceiro de Alan Menken, já havia sido indicado algumas vezes, e inclusive já tinha uma estatueta por “Under the Sea”, música de A Pequena Sereia. Mas, na 64ª cerimônia do Oscar de 1992, pouco mais de um ano após sua morte por complicações de HIV, ele ganhou seu Oscar póstumo. Indicado três vezes por canções de A Bela e A Fera (“Be Our Guest”, “Belle” e “Beauty and the Beast”), Ashman ganhou ao lado de Menken pela música que leva o título do filme. 

Thomas C. Goodwin - Educating Peter

Oscar de Melhor Curta Documentário

Em 1993 o Oscar de melhor curta documentário foi dado ao filme Educating Peter, sobre o aprendizado de uma criança com Síndrome de Down. Seu produtor, Thomas C. Goodwin, não recebeu o prêmio por ter falecido alguns meses antes da cerimônia, de câncer, e quem recebeu a estatueta foi a diretora Gerardine Wurzburg

Conrad Hall - Estrada para Perdição

Oscar de Direção de Fotografia

O diretor de fotografia Conrad Hall já havia sido indicado 10 vezes no Oscar e inclusive levado 2 estatuetas - por Butch Cassidy e Beleza Americana - mas em janeiro de 2003, dois meses após sua morte por câncer, ele levou o Oscar póstumo pela fotografia do último filme em que trabalhou, Estrada para Perdição. Na cerimônia, seu filho Conrad W. Hall aceitou o prêmio em seu nome. 

Heath Ledger - Batman: O Cavaleiro das Trevas

Oscar de Melhor Ator Coadjuvante

Em 2009, Heath Ledger se tornou o segundo ator a ganhar um Oscar póstumo, por sua performance como Coringa em Batman: O Cavaleiro das Trevas. O jovem australiano já havia sido indicado anteriormente por seu trabalho em O Segredo de Brokeback Mountain. Ledger faleceu de overdose acidental aos 28 anos.

Gil Friesen - 20 Feet from Stardom

Oscar de Melhor Documentário

O produtor do documentário A Um Passo do Estrelato, Gil Friesen, foi o mais recente recipiente do Oscar póstumo. Sua vitória aconteceu quando o longa recebeu a estatueta de Melhor Documentário na cerimônia de 2014, pouco mais de um ano depois de Friesen falecer de leucemia.