Se há um consenso entre as críticas já reveladas de Mulher-Maravilha 1984 é que este “é o filme que 2020 precisava”. Há um motivo bem claro para isso, e ele está no terceiro ato do filme da heroína, quando Diana Prince enfrenta os dois vilões da sequência, Barbara Minerva e Maxwell Lord. E para quem ficou confuso sobre o que exatamente se deu naquela sequência final, explicamos abaixo o que acontece no fim de Mulher-Maravilha 1984.
[Obviamente, spoilers de todo o fim de Mulher-Maravilha 1984 abaixo]
Como já era esperado, os dois obstáculos para a paz do mundo em Mulher-Maravilha 1984 são os personagens de Pedro Pascal e Kristen Wiig. Pascal é Maxwell Lord, um empresário que passou anos em busca de uma pedra mágica capaz de concretizar pedidos, e faz um desejo peculiar quando finalmente a encontra: absorver os poderes da pedra, que funciona no clássico mecanismo de realizar desejos, com represálias. A pedra que Lord se torna sempre pega algo em troca, e com isso em mente, o personagem parte em uma empreitada de realizar desejos alheios e pegar o que ele quiser para si. Claro que quanto mais realiza, mais Lord é afetado pelos efeitos do elemento, e por isso o vilão precisa realizar o maior número de desejos possível.
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Barbara Minerva (Wiig), por sua vez, faz um desejo poderoso: ser como Diana. Se tornando cada vez mais confiante, a personagem acaba perdendo sua bondade e inocência e caindo nas tentações de grandiosidade de seu desejo, até reencontrar Lord e fazer mais um pedido: se tornar uma predadora Alfa. É assim que a personagem de Wiig se torna a vilã clássica dos quadrinhos, Mulher-Leopardo. O novo filme de Mulher-Maravilha segue um esquema tradicional para produções com dois vilões: um é o músculo, o outro é o cérebro. Mas uma das melhores coisas do fim do longa é que Diana não luta fisicamente com Max, e apenas com sua principal defensora, Minerva, já totalmente possuída pelo seu novo desejo, e incorporando o visual de uma felina.
O fim de Mulher-Maravilha 1984
No terceiro ato, Maxwell Lord conseguiu acesso a um satélite que transmite ao redor do globo e se transforma em um poço realizador de desejos da humanidade inteira, simultaneamente, aparecendo em todas as telas do mundo. Quando o vilão já está poderoso demais e o mundo se torna um caos absoluto, Diana se vê incapaz de lutar com Lord fisicamente e apela para o emocional. Com a transmissão ligada para o mundo inteiro, nossa heroína faz um discurso emotivo explicando a necessidade de abrir mão de seus desejos egocêntricos pelo bem da humanidade.
Durante o momento épico, vemos que Diana usou a distração megalomaníaca de Lord para enlaçá-lo com o Laço da Verdade, usando o instrumento mágico para mostrar a verdade para a humanidade inteira. Nesta sequência, ao invés de ver Lord na televisão, a humanidade testemunha a verdade em cada uma das telas que capturava a imagem do vilão. Com o mundo inteiro percebendo a consequência de suas ações, e os EUA e URSS já iniciando uma guerra nuclear que inevitavelmente acabaria com o mundo, o discurso de Diana ecoa enquanto cada um dos indivíduos percebe as consequências de suas ações e reverte seus próprios desejos.
O próprio Lord não é exceção: prestes a testemunhar o fim do mundo, Lord se vê envolto pela luz dourada do Laço da Verdade e ouve o chamado de seu filho, Alistair, que corre perigo após as duas nações protagonistas da Guerra Fria lançarem seus mísseis. Enquanto o antagonista vai atrás do filho, a reversão de cada um dos pedidos - a começar pelo próprio presidente dos EUA - restabelece a ordem aos poucos. O belo desfecho, curiosamente, deixa os dois vilões vivos: Bárbara encarando um pôr do sol amargo após perder a batalha física contra Diana, e Lord se reencontrando com o filho.
Existe algo particular no desfecho de Mulher-Maravilha 1984 que ecoa especialmente no ano da quarentena. A heroína, que sempre simbolizou mensagens de otimismo, humanidade e amor, protagoniza uma história que não é salva apenas por ela, mas por cada um dos seres humanos da Terra, que abre mão de seu desejo particular. Ver a humanidade inteira se unindo para um bem comum, por mais que isso signifique reverter seus pedidos individuais, é uma mensagem bonita demais e encerra o filme que realmente precisamos no ano de 2020.
Mulher-Maravilha 1984 está em cartaz nos cinemas.