Em um comunicado divulgado ao The Guardian, Simon Pegg afirma discordar da opinião de George Takei sobre a orientação sexual de Sulu em Star Trek: Sem Fronteiras:
“Tenho grande amor e respeito por George Takei, seu coração, coragem e humor são uma inspiração. No entanto, no que diz respeito às declarações sobre Sulu, eu preciso respeitosamente discordar dele”.
Takei interpretou Sulu na série clássica, e disse ontem que não concorda com a mudança no personagem. Ele afirmou que isso significa uma "distorção da criação de Gene Roddenberry". Questionado sobre isso, Pegg justificou a escolha de um nome conhecido:
“É lamentável que a versão para os cinemas de um dos universos mais abrangentes da ficção não tenha apresentado nenhum personagem LGBT até agora. Poderíamos ter criado um personagem novo sim, mas ele ou ela ficaria definido eternamente pela sua sexualidade, seria ‘o personagem gay’, ao invés de simplesmente ser conhecido por quem é. Não seria isso uma forma de fazer só por fazer?”.
“Justin Lin, Doug Jung e eu adoramos a ideia de ser alguém já conhecido, porque a audiência já teria uma opinião sobre aquele personagem como um ser humano, sem ser afetado por nada. A sua orientação sexual é apenas mais um de seus aspectos pessoais, não a maior característica. Também é bom pelo fato do público entender que sempre houve uma presença LGBT no universo de Star Trek desde o começo, que um herói gay não é algo novo ou estranho. Também é importante pontuar que, em nenhum momento, sugerimos que Sulu era um enrustido, por qual motivo ele teria que ser? Isso só não veio à tona antes”.
Simon Pegg também deu sua opinião sobre a questão do criador original não ter pensando em Sulu como um personagem gay desde o começo:
“Não acredito que a decisão de Gene Roddenberry de fazer uma equipe totalmente heterossexual tenha sido artística. Era mais uma necessidade daquele tempo. A série é muito adorava por ter mostrado o primeiro beijo inter-racial em uma série americana, mas o episódio é um dos mais odiados de todos os tempos. O público da época não tinha a mente aberta o suficiente na época, e isso deve ter forçado Roddenberry de modular essa inovação. Se ele pudesse ter explorado a questão da sexualidade com o George na época, não tenho dúvidas de que ele faria. Ele era um visionário e um pioneiro, mas temos que escolher nossas batalhas com cuidado”.
“Nosso Star Trek é uma linha do tempo alternativa com detalhes alternativos. Seja qual for o ingrediente mágico que determina nossa sexualidade, ele foi diferente para o Sulu em nossa linha do tempo. Eu gosto dessa ideia, porque sugere que, em um universo hipotético, através de uma matriz infinita de realidades alternativas, todos nós somos LGBT’s em algum lugar. Em qualquer dimensão, só queremos ser amados por quem nos amam (e eu amo George Takei). Não posso falar por todas as realidades, mas isso é totalmente verdade nessa. Vida longa e próspera”.
O elenco de Star Trek: Sem Fronteiras também com Chris Pine, Sofia Boutella, Idris Elba, Simon Pegg, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Lydia Wilson e Urban, que estará na CCXP - Comic Con Experience. Justin Lin dirige.
A Paramount vai lançar Star Trek: Sem Fronteiras no Brasil em 1º de setembro. 2016 marca o aniversário de 50 anos da franquia - a primeira série de TV foi ao ar na NBC em 8 de setembro de 1966.