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Atrasos e pouco conteúdo: as polêmicas do Disney+ até agora

Apesar de 28 milhões de assinantes, streaming passa por algumas complicações

17.03.2020, às 13H32.

O Disney+ foi um dos grandes assuntos de 2019. Agora, no começo de 2020, a situação da plataforma é um pouco mais complicada. Ao longo dos meses, o serviço de streaming passou por algumas polêmicas e também decisões corporativas questionáveis. Abaixo, relembre os problemas do Disney+ até agora.

Falta de conteúdo após The Mandalorian

The Mandalorian, do Disney+
The Mandalorian/Disney+/Divulgação

O Disney+ foi lançado em novembro de 2019 com um enorme catálogo de filmes e séries clássicas. Das poucas novidades, o que realmente chamou atenção foi The Mandalorian. A série live-action de Star Wars, disponibilizada aos poucos, se tornou um fenômeno. No caso, o único verdadeiro sucesso do streaming até agora, já que não planejou como segurar o público após o fim da 1ª temporada. Na verdade parece até que a plataforma não esperava ter um sucesso grande do tipo, já que sequer preparou merchandising do programa - como um Bebê Yoda de pelúcia - a tempo do natal.

Muitos dos usuários criticaram a falta de conteúdo inédito após o fim do seriado em dezembro de 2019. As séries da Marvel só devem chegar a partir de agosto de 2020, enquanto os novos episódios de Mandalorian são previstos para dezembro de 2020. Isso, é claro, sem ao menos citar que diversas produções da casa, como WandaVision, Loki e Falcão e o Soldado Invernal, foram adiadas por conta da pandemia de coronavírus. Dessa forma, o streaming deve ficar sem grandes atrações por um tempo.

Lançamento demorado

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Além da falta de atrações de peso, outro fator que fez o Disney+ perder o hype é justamente a demora para ser disponibilizado no mundo todo. A fase inicial contemplou apenas alguns países: Estados Unidos, Canadá, Países Baixos, Austrália, Nova Zelândia e Porto Rico. O resto precisou esperar. A expansão gradativa deve ir até 2021, com alguns países da Europa recebendo o serviço em março, e a América Latina recebendo a partir da metade de 2020 (sem data definida).

Conteúdo recortado/removido

O Disney+ também tem algumas polêmicas envolvendo alterações no conteúdo que disponibiliza. Uma delas veio quando a plataforma adicionou todas as temporadas de Os Simpsons, mas mudou o formato de apresentação para widescreen, efetivamente removendo muitas das piadas visuais das temporadas antigas da série. Além disso, a versão de Star Wars: Uma Nova Esperança (1977) veio ainda com mais uma alteração na cena em que Han Solo (Harrison Ford) atira em Greedo, que já foi editada várias vezes ao longo das décadas.

Mas o mais estranho aconteceu em janeiro de 2020, quando títulos como Piratas do Caribe e Esqueceram de Mim (1990) simplesmente desapareceram do catálogo [via Polygon]. É norma que serviços troquem suas bibliotecas a todo momento, visto que operam com base em contratos limitados de licenciamento. Mas o que torna irônico é que, antes do lançamento, a Disney - dona dos direitos de suas obras - havia feito muito alarde sobre como não haveria rotatividade de conteúdo no Disney+, mas sim uma biblioteca fixa.

Só para a família

Hilary Duff no reboot de Lizzie McGuire
Reprodução

A polêmica mais recente envolve o tipo de programação que deve entrar no catálogo. Entre o anúncio do streaming e o lançamento, houve bastante alarde para as várias e várias produções em desenvolvimento, que iam desde de filmes originais até séries derivadas. Em 2020 a Disney passou a “reorganizar” sua marca, e mandou muitos desses projetos para outras filiais, como o streaming Hulu, que também é dona. Um exemplo disso é o seriado de Com Amor, Simon, comédia romântica LGBT. Segundo fontes do The Wrap ligadas à Disney, a decisão se deu porque a produção não era conteúdo família.

Dessa forma, a nova organização deixa o Disney+ como um serviço inteiramente dedicado à conteúdo infantil ou familiar. Qualquer outra produção que lide com temas mais maduros - mesmo que adolescentes sejam o público-alvo - serão remanejadas para o Hulu. A decisão não agradou os envolvidos. Hilary Duff, por exemplo, que protagonizará o reboot de Lizzie McGuire, expressou insatisfação com a decisão. Seu programa, inclusive, pode sofrer o mesmo destino, já que também deve abordar conflitos da juventude da protagonista. Duff ter mostrado descontentamento deixa a situação ainda mais estranha, considerando que a volta de Lizzie McGuire está em um limbo após a saída da showrunner e criadora Terri Minsky.

Organizando a casa

Elizabeth Olsen como Feiticeira Escarlate em WandaVision, do Disney+
WandaVision/Divulgação

Não dá para saber o quão bagunçadas estão as coisas nos bastidores do Disney+, mas foi o suficiente para que Bob Iger dedique sua carreira a “consertar” a plataforma após deixar o cargo de CEO. Sua prioridade, segundo o executivo, agora é “acertar tudo criativamente”, evitando novos cancelamentos e atrasos para contornar a já-citada seca de conteúdo. Não ajuda que suas primeiras decisões no comando do streaming foram cancelar três projetos em desenvolvimento, que eram uma nova animação dos Muppets; a série Book of Enchantment, sobre vilões da Disney; e um projeto baseado na franquia Tron [via Hollywood Reporter]. Considerando também que, pouco após a notícia, as produções foram atrasadas em razão da pandemia de coronavírus, é bem provável que Iger tenha trabalho dobrados nos próximos meses.

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