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Crítica

System Of A Down em São Paulo | Crítica

Quarteto repete o show do Rock in Rio para plateia alucinada debaixo de chuva

26.09.2015, às 02H46.

Depois de se fechar a noite de quinta (25) no Rock in Rio 2015, o System Of A Down desembarcou em São Paulo e praticamente repetiu o show do festival para o público da Arena Anhembi na noite desta sexta (26). A multidão ensopada por uma chuva que caiu forte alguns minutos antes da apresentação nem tomou conhecimento do setlist quase igual e, assim como os presentes no Rio, também ficou alucinada.

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A chuva, entretanto, serviu para afastar boa parte dos que esperavam o System durante o show de abertura do Deftones, que também se apresentou no Rock in Rio nesta quinta. O grupo mostrou a mesma energia do festival, movidos pelas guitarras pesadas e pelo vozeirão do vocalista Chino Moreno.

Já o System, que entrou com alguns minutos de atraso, emendou música atrás de música, em ritmo frenético, completando em quase duas horas um setlist com cerca de 25 músicas. A maratona alucinada não deixou espaço para muitas interações com o público - no máximo, se limitaram a alguns "obrigados" e deixas para cantar pedaços de músicas, como o começo de "Prison Song".

Ainda que até a ordem das músicas já fosse manjada, isso não impediu ninguém de cantar junto em "Aerials", bem no começo do show, ou nos dedilhados de "Soldier Side", que introduz "B.Y.O.B.", ou de levar o Anhembi abaixo em "Chop Suey!", o hit que inicia a reta final de um show que, mais uma vez, se encerrou com "Toxicity" e "Sugar".

Há quem diga que presença de palco não seja o forte do grupo, mas o System nem precisa se mexer tanto para prender a atenção do público. O vocalista Serj Tankian dá conta do recado com seu carisma bizarro em cima do palco, com dancinhas folcóricas, vozes de gatinho, caretas uma interpretação teatral das letras. O guitarrista e co-vocalista Daron Malakian (que arriscou cantar Olivia Newton-John na introdução de 'Psycho") e o baixista Shavo Odadijan também se encarregam de animar o público, mesmo tocando músicas difíceis.

Muito embora fosse previsível, o show não deixou de ter qualidade: as músicas são todas tocadas com precisão digna de gravação de disco - e faz mais de dez anos que eles gravaram o último, Hypnotize. Mas a falta de novidades sequer incomoda os fãs. Pelo contrário: são os hits que fazem do System uma das poucas bandas que conseguem comandar uma plateia com músicas que vão aos extremos da escala da loucura, às vezes em questão de segundos.

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